“Rimas”: a poesia transgressora de Bocage

Os sonetos desta obra traduzem a vida e os ideais do seu autor. Natureza boémia, amante de muitos amores, espírito rebelde, inconformista, crítico e defensor da liberdade. O primeiro volume de "Rimas" foi publicado em 1791, tinha Bocage apenas 26 anos.

Quando a Portugal chegavam timidamente os ecos da revolução francesa, já Bocage tinha a pena apontada aos novos ideais da liberdade, igualdade e fraternidade. Com talento, mas sem dominar ainda a arte poética, publica o primeiro tomo da sua extensa obra no final do século XVII. Porém, os sonetos escritos no auge da juventude viriam a desagradar o poeta que, mais tarde, reverá estas “Rimas” inaugurais. Com o segundo e terceiro volumes, de 1799 e 1804 respetivamente, afirma-se o génio de um espírito livre e impetuoso, que não escapará à censura nem à prisão ordenada pelo Intendente Pina Manique, figura temida de um regime decadente.

Com uma formação clássica, Bocage, nascido na cidade de Setúbal em 1755, prenuncia um tempo que virá a seguir ao seu, o romantismo que, na literatura portuguesa, convencionou-se abrir com Almeida Garrett. Muitos dos temas que caracterizam esse período, como o amor, a noite e a morte, são recorrentes nos escritos do poeta sadino.

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Neste excerto do documentário “Grandes Livros” conhecemos mais detalhadamente a obra rebelde que dava voz ao inconformismo de Bocage, exaltação do amor e da liberdade ou, para os seus perseguidores, “papéis ímpios, sediciosos e críticos” que faziam dele suspeito de revolucionário.

“Rimas”, de Bocage
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Ficha Técnica

  • Título: Grandes Livros - "Rimas", de Bocage
  • Tipologia: Extrato de Documentário
  • Produção: Companhia de Ideias
  • Ano: 2010