Explicador Explicador

Ambiente Biogeográfico: Zona temperada

Ambiente Biogeográfico: Zona temperada

A distribuição mundial dos ambientes biogeográficos segue o padrão climático, de acordo com a variação latitudinal das grandes zonas climáticas desde o Equador até aos polos. Assim, e à semelhança da distribuição dos climas, a nível mundial, os biomas representam a conjugação de determinados fatores, essencialmente, climáticos e edáficos específicos de uma região a que estão associados diferentes tipos de formações vegetais e uma fauna diversificada. Para além da fauna e flora, os ambientes bioclimáticos influenciam, igualmente, as zonas agrícolas e a repartição da população em áreas mais ou menos povoadas.

À superfície do nosso planeta podemos encontrar zonas bioclimáticas muito diferentes, que se sucedem desde o Polo Norte ao Equador e deste ao Polo Sul. Cada grande bioma tem características distintas que se repartem para norte e sul, cobrindo áreas de diferente extensão e sem limites bem definidos, passando-se gradualmente de umas para as outras (Fig.1).

Fig.1 – Distribuição das grandes zonas bioclimáticas. APROFGEO

Se viajássemos num avião que voasse a baixa altitude sobre o nosso planeta, desde o Equador até ao Polo Norte, observaríamos as diferenças que existem entre as diversas zonas biogeográficas.

Atravessando a franja desértica dos 30° de latitude, neste caso para norte, teremos uma zona de transição de estepe, que evolui, nas áreas de latitude igual à das costas mediterrânicas, para uma vegetação de bosques mediterrânicos ou de formações arbustivas como o maquis (Fig.2) e o garrigue (Fig.3).

O clima mediterrânico caracteriza-se por um verão bastante seco e um inverno relativamente chuvoso. As árvores como a oliveira ou o sobreiro de folha persistente estão bem adaptadas a este clima. O maquis e o garrigue são formações essencialmente arbustivas, sendo a segunda mais baixa e menos densa do que a primeira.

Nesta zona habitam animais como a raposa e o lobo, embora a fauna selvagem seja muito rara devido à grande ocupação humana.

Nas regiões de clima temperado marítimo ou oceânico, devido à maior precipitação anual, crescem florestas de árvores de folha caduca – as florestas caducifólias (Fig.4). As espécies mais características são a faia, o castanheiro, o carvalho, etc. Entre alguns dos animais que aqui vivem, podemos encontrar o urso, o javali e o veado.

Alternando com a floresta temperada caducifólia que se localiza, sobretudo, nas fachadas ocidentais dos continentes, às latitudes médias aparecem as pradarias (Fig.5), no interior dos continentes, formadas por uma vegetação herbácea, já que a precipitação não é tão abundante. Nela vivem variados tipos de animais como o bisonte americano, quase extinto. Nas áreas continentais mais interiores, a pradaria pode dar lugar ao deserto, no caso, um deserto frio, com invernos muito frios e verões muito quentes.

Nestas diferentes zonas biogeográficas os solos diferem também. Assim, nas regiões mais frescas e húmidas de floresta, encontramos solos pobres, mas que podem ser enriquecidos através de adubos; já nas pradarias, os solos são negros e mais férteis, desde que as chuvas não sejam muito irregulares.

Em transição da zona temperada para a zona fria surge a floresta mista (Fig.6) até se encontrar, subindo em latitude, os biomas adaptados às condições climáticas extremas das altas latitudes.

Fig.6 – Floresta Mista. DENIS TANGNEY JR. / ISTOCK

Ambiente Biogeográfico: Zona quente
Explicador

Ambiente Biogeográfico: Zona quente

Ambiente Biogeográfio – Zona fria
Explicador

Ambiente Biogeográfio – Zona fria

SÍNTESE

  • Os diferentes climas distinguem-se pela relação que existe, ao longo do ano, entre as temperaturas e as precipitações de acordo com a disposição zonal dos respetivos lugares onde se registam.
  • Em estreita relação com as características climáticas, os solos, mais ou menos espessos, apresentam-se com maior ou menor fertilidade, condicionando, sobremaneira as formas de vida que nele encontram o seu habitat.
  • Na zona temperada, as condições climáticas sofrem maior variabilidade em função da latitude e de fatores mais locais como a maior ou menor proximidade ao oceano versus interioridade continental.
  • As formações mediterrânicas, mais baixas e lenhosas, estão adaptadas ao clima mediterrânico quente e seco. Nas regiões de clima temperado marítimo, e beneficiando da maior disponibilidade hídrica, desenvolve-se um estrato arbóreo mais alto e que perde a folha em determinadas épocas do ano - a floresta caducifólia.
  • A perda da folha nas florestas caducifólias é reflexo da adaptação a um clima marcado pelas quatro estações bem distintas em termos de variação de temperatura e precipitação ao longo do ano, pelo que, em condições mais extremas em termos climáticos, esta formação dá origem a pradarias compostas, essencialmente, por plantas herbáceas.
  • As características biogeográficas influenciam, por sua vez, a variedade da fauna e a forma como os animais se adaptam às condições do seu meio natural, sendo igualmente, importantes no desenvolvimento das culturas agrícolas e consequente distribuição da população no território.

Temas

Ficha Técnica

  • Área Pedagógica: Meio Natural - Ambientes biogeográficos
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Associação de Professores de Geografia
  • Ano: 2021
  • Imagem: Floresta mediterrânica, odoborogodo0/Pixabay