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Ambiente Biogeográfio – Zona fria

Ambiente Biogeográfio – Zona fria

A distribuição mundial dos ambientes biogeográficos segue o padrão climático, de acordo com a variação latitudinal das grandes zonas climáticas desde o equador até aos polos. Assim, e à semelhança da distribuição dos climas, a nível mundial, os biomas representam a conjugação de determinados fatores, essencialmente, climáticos e edáficos específicos de uma região a que estão associados diferentes tipos de formações vegetais e uma fauna diversificada. Para além da fauna e flora, os ambientes bioclimáticos influenciam, igualmente, as zonas agrícolas e a repartição da população em áreas mais ou menos povoadas.

À superfície do nosso planeta podemos encontrar zonas bioclimáticas muito diferentes, que se sucedem desde o polo Norte ao Equador e deste ao polo Sul. Cada grande bioma tem características distintas que se repartem para norte e sul, cobrindo áreas de diferente extensão e sem limites bem definidos, passando-se gradualmente de umas para as outras (Fig.1).

Fig.1 – Distribuição das grandes zonas bioclimáticas. APROFGEO

Se viajássemos num avião que voasse a baixa altitude sobre o nosso planeta, desde o Equador até ao polo Norte, observaríamos as diferenças que existem entre as diversas zonas biogeográficas.

Ao aproximarmo-nos do círculo Polar Ártico, deixamos a floresta temperada e as pradarias, características da zona temperada, e diante do nosso olhar surge uma variedade de árvores coniformes, entre as quais se destacam os pinheiros e os abetos, que integram a taiga (Fig.2), ou também denominada floresta de coníferas. Estas apresentam folhas em forma de agulha que não caem durante o longo inverno, pelo que são chamadas de árvores perenifólias.

Fig.2 – Floresta de coníferas. PIXABAY

A taiga alcança enormes extensões na Sibéria e no Canadá, e alberga o habitat de inúmeras espécies animais como a marta, o vison, o urso pardo e o urso preto, o puma, o alce, o lobo e a raposa.

Na taiga, a fertilidade dos solos varia consoante o substrato rochoso de suporte que os origina. Os granitos, por exemplo, por erosão transformam-se em areias grosseiras relativamente pobres.

À medida que nos deslocamos mais para norte, os bosques vão sendo mais espaçados e as árvores mais raquíticas, até que desaparecem totalmente e nos encontramos numa zona onde abundam musgos e líquenes. É a zona da tundra (Fig.3), onde as temperaturas são tão baixas que os solos e os rios mantêm-se congelados durante quase todo o ano, pois o inverno é muito longo e o verão pouco quente e muito curto. Alguns animais, como a rena, passam o verão na tundra, mas no inverno deslocam-se a latitudes mais baixas onde encontram a taiga.

Fig. 3 – Tundra (verão, Noruega). APROFGEO

Ao subirmos em latitude, sobre o oceano Glacial Ártico, observamos os gelos que o cobrem e os ursos polares (ursos brancos) que sobre eles caminham. É a zona polar, onde as temperaturas baixíssimas e os solos congelados não permitem a existência de qualquer tipo de vegetação. No entanto, a fauna é relativamente abundante, aparecendo focas e outros animais adaptados ao frio intenso que se faz sentir nestas regiões. No continente antártico, que é muito frio, a fauna é mais pobre.

Tal como a latitude, também a altitude faz variar as zonas biogeográficas. Assim, ao subir uma montanha, vamos encontrando, desde a sua base até ao topo, diversos andares de vegetação, que serão diferentes conforme a latitude a que se encontra cada montanha e a respetiva altitude (Fig.4).

Fig. 4 – Formações vegetais em função da altitude. APROFGEO

Salvaguardando as especificidades locais, verifica-se que o padrão biogeográfico em função da altitude é semelhante ao padrão verificado em função da latitude, na medida em que a distribuição das espécies vegetais desde o equador aos polos é replicada nas grandes montanhas desde a base ao topo. Isto deve-se ao denominador comum nos dois ambientes, ou seja, a diminuição gradual da temperatura em função da latitude e da altitude.

Com efeito, valores mais baixos de temperatura são responsáveis por uma densidade decrescente de vegetação em que as florestas tropicais dão lugar às temperadas e estas à taiga e tundra à medida que se sobe em latitude ou altitude. Este padrão denota, por um lado, o surgimento de espécies mais tolerantes à agressividade do clima, por outro, a menor variedade de espécies nos patamares mais altos.

Ambiente Biogeográfico: Zona temperada
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Ambiente Biogeográfico: Zona temperada

Ambiente Biogeográfico: Zona quente
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Ambiente Biogeográfico: Zona quente

SÍNTESE

  • Os diferentes climas distinguem-se pela relação que existe, ao longo do ano, entre as temperaturas e as precipitações de acordo com a disposição zonal dos respetivos lugares onde se registam.
  • Na zona fria, o tipo de vegetação acompanha as temperaturas muito baixas e a maior ou menor precipitação registada em função da latitude. Próximo do círculo polar, a maior quantidade de precipitação permite o crescimento em altura das espécies - taiga - que se vai desvanecendo à medida que a secura aumenta nas zonas polares e os solos vão ficando gelados – tundra.
  • As características biogeográficas influenciam, por sua vez, a variedade da fauna e a forma como os animais se adaptam às condições do seu meio natural, sendo igualmente, importantes no desenvolvimento das culturas agrícolas e consequente distribuição da população no território.

Temas

Ficha Técnica

  • Área Pedagógica: Meio Natural - Ambientes biogeográficos
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Associação de Professores de Geografia
  • Ano: 2021
  • Imagem: Paisagem de neve em Hol (Noruega), invisiblepower / Pexels