Explicador Explicador

Classificar rochas magmáticas com base nas composições química, mineralógica e nos ambientes de consolidação.

Classificar rochas magmáticas com base nas composições química, mineralógica e nos ambientes de consolidação.

Um dos critérios para a classificação das rochas magmáticas é a sua composição química, avaliada pelo seu teor em sílica. Esta característica relacionada com o tipo de minerais presente, determina a classificação das rochas em quatro tipos diferentes. Vamos seguir a explicação!

A classificação das rochas magmáticas de acordo com a sua composição química, caracteriza-se pelo seu conteúdo em sílica (SiO2). A sílica é particularmente abundante nas rochas da crusta continental, diminuindo nas rochas da crusta oceânica e no manto. De acordo com o critério da composição química, as rochas magmáticas classificam-se em: 

  1. ácidas – rochas magmáticas com teor em sílica superior a 70%. Estas rochas caracterizam-se por apresentarem minerais como o quartzo, o feldspato potássico e as plagióclases ricas em sódio, como a albite. Estes minerais apresentam cor clara (minerais félsicos), originando rochas com tonalidades também claras (rochas leucócratas). Os granitos (rochas plutónicas/intrusivas com textura fanerítica/granular) e os riólitos (rochas vulcânicas/extrusivas com textura afanítica/agranular) são as rochas que apresentam esta composição química e mineralógica. Os minerais ferromagnesianos são aqui escassos; 
  2. intermédias – rochas magmáticas com teor em sílica compreendido entre 50% e 70%. Apresentam uma percentagem significativa de minerais ferromagnesianos, como as piroxenas e as anfíbolas, plagióclases com sódio e cálcio e reduzida quantidade de quartzo. Como os minerais ferromagnesianos têm cores escuras (minerais máficos), enquanto aqueles mais ricos em sílica têm cores claras (minerais félsicos), a rocha acaba por ter uma coloração intermédia (rochas mesócratas). Os dioritos (rochas plutónicas/intrusivas com textura fanerítica/granular) e os andesitos (rochas vulcânicas/extrusivas com textura afanítica/agranular) são rochas que apresentam esta composição química e mineralógica;
  3. básicas – rochas magmáticas com teor em sílica compreendido entre 45% e 50%. São rochas pobres em sílica mas, ainda assim, o principal constituinte destas rochas. Estas rochas caracterizam-se por apresentarem minerais ferromagnesianos como as piroxenas e as olivinas, bem como plagióclases ricas em cálcio, como a anortite. Como predominam os minerais ferromagnesianos, com cor escura (máficos), as rochas apresentam tonalidades escuras (melanócratas). Os gabros (rochas plutónicas/intrusivas com textura fanerítica/granular) e os basaltos (rochas vulcânicas/extrusivas com textura afanítica/agranular) são rochas que apresentam esta composição química e mineralógica;
  4. ultrabásicas – rochas magmáticas com teor em sílica inferior a 45% e muito ricas em minerais ferromagnesianos, dominando as olivinas e piroxenas quase exclusivamente. Como só apresentam minerais ferromagnesianos (máficos), apresentam uma cor totalmente escura/negra (rochas holomelanócratas). Os peridotitos (rochas plutónicas/intrusivas do manto superior, com textura fanerítica/granular) e os komatitos (rochas vulcânicas/extrusivas com textura afanítica/agranular, mas muito raras na Terra), são rochas que apresentam esta composição química e mineralógica.

Existe, pois, uma relação direta entre a composição química da rocha, o tipo de minerais presentes e a cor da rocha. Quanto mais sílica a rocha apresenta, mais clara é a sua cor, em resultado dos minerais félsicos que ela contém. Quanto mais rica em minerais ferromagnesianos, mais escura é a rocha, em resultado da abundância daqueles minerais máficos. 

Outra conclusão importante que pode retirar-se dos dados anteriores, é a de que existe sempre um par de rochas magmáticas, uma plutónica e uma vulcânica, que apresentam a mesma composição química e mineralógica, diferindo apenas na sua textura (granular e agranular, respetivamente). 

Em resumo:

  • m dos critérios para a classificação das rochas magmáticas é a sua composição química, avaliada pelo seu teor em sílica. Assim, as rochas podem classificar-se, segundo concentrações decrescentes em sílica, em: ácidas, intermédias, básicas e ultrabásicas;
  • a composição química da rocha está diretamente relacionada com o tipo de minerais presentes. Os minerais mais ricos em sílica predominam nas rochas ácidas (quartzo e feldspatos), enquanto os minerais ferromagnesianos predominam nas rochas básicas e ultrabásicas;
  • o tipo de minerais predominantes nas rochas magmáticas determinam a sua coloração: minerais ferromagnesianos apresentam cor escura (máficos), originando rochas com cor escura (melanócrata ou holomelanócrata), enquanto o quartzo e os feldspatos apresentam cor clara (félsicos), originando rochas com coloração clara (leucócrata) a intermédia (mesócrata);
  • existe sempre um par de rochas magmáticas com a mesma composição química e mineralógica, mas diferente textura.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Classificar rochas magmáticas com base na composição química (teor de sílica), composição mineralógica (félsicos e máficos) e ambientes de consolidação. 
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: fotografia de, Dids, Pexels.