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Comparar os princípios fundamentais do Islamismo e do Cristianismo

Comparar os princípios fundamentais do Islamismo e do Cristianismo

Na atualidade, o cristianismo e o islamismo são duas das maiores religiões do mundo designadas, também, por religiões abraâmicas por partilharem uma história e tradições comuns tendo Deus e ou Alá como entidade divina, apresentando, contudo, diferenças teológicas. Ambas surgiram no Médio Oriente e são monoteístas. Ambas têm um impacto na construção de modelos sociais, culturais e religiosos quer no mundo ocidental como oriental.

A região da Palestina foi conquistada pelos romanos, no século I a. C. criando a província da Judeia. Entre os povos que habitavam a região encontravam-se os hebreus que praticavam uma religião monoteísta, o judaísmo, ou seja, acreditavam num único Deus. Acreditavam, ainda, na vinda de um salvador, o Messias, para os libertar da opressão e do sofrimento.

Jesus Cristo, de origem judaica, terá nascido em Belém no tempo do imperador Octávio César Augusto. A partir dos 30 anos começou a pregar apresentando-se como o filho de Deus e o Messias que os judeus tanto esperavam. A sua vida é descrita nos Evangelhos, sendo difícil de reconstituir a mensagem original de Jesus.

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No período da existência da vida de Jesus Cristo, um grupo de judeus, os zelotas, combatiam os romanos para pôr fim à ocupação romana na região. A pregação de Jesus Cristo implicava uma mensagem de paz, oposta à dos zelotas. Uns seguiram-no, acreditando que era o Messias, outros não. Foi acusado de blasfémia ao afirmar-se filho de Deus e condenado à morte. Pôncio Pilatos, o representante de Roma na região, aceitou a condenação e mandou-o crucificar.

A novidade da sua pregação era a defesa de princípios de igualdade, fraternidade, e humildade, devendo os homens condenar todo o tipo de violência e injustiça. Surgiu assim o Cristianismo destacando-se os seguintes mandamentos:

  • Amar a Deus e ao próximo, tal como a si mesmo
  • Todos os homens são iguais e filhos de Deus, sejam ricos ou pobres, escravos ou homens livres
  • A renúncia aos bens materiais e a esperança na salvação, na vida eterna e o perdão para os arrependidos.

Os seguidores de Jesus Cristo são os apóstolos, em número de 12, que tinham como missão espalhar os seus ensinamentos e a sua palavra.  Os principais acontecimentos da vida de Jesus foram registados nos Evangelhos, compostos pelo Novo Testamento. O Antigo Testamento ou Escritura Hebraica e o Novo Testamento, compõem o livro sagrado dos cristãos, a Bíblia.

Os discípulos de Jesus Cristo, depois de instruídos na sua doutrina, tinham como missão evangelizar, ou seja, pregar a mensagem de Jesus Cristo espalhando-a pelo Império romano. Ainda hoje a evangelização é uma das características do Cristianismo.

 

Islamismo

No século VI a região da Arábia era um território em que diversas tribos praticavam o politeísmo. Também se encontravam judeus e cristãos na região que aí se tinham estabelecido. Esta região era, pois, um local de passagem e de contacto entre culturas, religiões e povos de origens diversas.

Por volta de 570, na Península Arábica, nasceu Maomé, na cidade de Meca. Órfão desde cedo, foi educado por familiares. Casou com uma viúva rica, que tinha como principal atividade económica o comércio, o que possibilitou a Maomé o contacto com diversas comunidades, entre as quais se destacam judeus e cristãos, seguidores de religiões monoteístas, crentes num Deus único.

Maomé aproximou-se dos ensinamentos monoteístas e, a certa altura, afirmou que o anjo Gabriel lhe apareceu para lhe transmitir as palavras de Alá, afirmando ser o último dos profetas. Recitou as palavras de Alá aos seus seguidores que as imortalizam no livro sagrado do Islão, o Corão. Surgiu, assim, uma nova religião monoteísta, o Islamismo. Os seguidores desta nova religião passaram a designar-se por muçulmanos, ou seja, aquele que crê, aquele que acredita. As mesquitas são os seus lugares de culto.

A pregação da nova religião não foi bem aceite por todos. Alguns habitantes da cidade de Meca, desagradados com a pregação de Maomé, tentaram assassiná-lo, obrigando-o a fugir para a cidade de Medina.

A morte do profeta Maomé
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Este acontecimento, conhecido como Hégira e ocorrido em 622, deu início ao calendário muçulmano. Em 630, Maomé conquistou a cidade de Meca e esta passou a ser considerada como cidade santa. A partir de 632, ano em que morreu Maomé, os Muçulmanos, cujo principal objetivo era espalhar a fé islâmica, conquistaram um território vastíssimo, que se estendia por três continentes: Ásia, África e Europa. Após a morte de Maomé, os seus sucessores, os califas, chefes religiosos e políticos, continuaram com a expansão do islamismo.

Os cinco pilares da fé são:

  • a crença em Alá, (shahada) nos anjos, nos profetas e no dia do juízo final;
  • o dever da oração (salat) – cinco vezes ao dia na direção de Meca;
  • o dever de dar esmola (zakat) aos desfavorecidos;
  • o dever de jejuar, (swam) durante o mês do Ramadão, do nascer ao pôr do sol;
  • o dever de realizar uma peregrinação à cidade de Meca (hajj) pelo menos uma vez na vida.

Tal como no Cristianismo e nas sociedades cristãs, o Islão e as sociedades muçulmanas não são uma única realidade, mas sim realidades plurais e diversas, apresentando diversas interpretações a partir das mensagens originais.

Síntese:

  • O Cristianismo surgiu no Império Romano tendo como principal mensagem o amor a Deus e aos homens, a igualdade e humildade.
  • O Islamismo surgiu na península arábica no século VII sendo Maomé o seu fundador.
  • Na atualidade o Cristianismo e o Islamismo representam as duas maiores religiões no mundo.

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Ficha Técnica

  • Título: Comparar os princípios fundamentais do Islamismo e do Cristianismo
  • Autoria: Associação dos Professores de História/ Marta Torres
  • Produção: RTP/ Associação dos Professores de História
  • Ano: 2021
  • Imagem: Retrato de Maomé.