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Distinguir vulcanismo ativo de inativo

Distinguir vulcanismo ativo de inativo

Os processos vulcânicos estão diretamente relacionados com a origem e evolução do planeta Terra, além de se cruzarem, em vários momentos, com a própria história da vida na Terra.

Os vulcões que estiveram recentemente em erupção (considerando-se até há cerca de 10 000 anos), os que estão em atividade no presente e aqueles que mostram sinais evidentes de que entrarão proximamente em erupção, são designados por vulcões ativos. Designa-se por vulcão extinto aquele que teve atividade eruptiva no passado do tempo geológico, mas não evidencia qualquer atividade presente, nem indício de qualquer atividade futura. Podem ser considerados, ainda, os vulcões que, não mostrando atividade eruptiva desde há séculos ou mesmo milhares de anos, apresentam potencial para voltar a entrar em erupção, sendo, por isso, designados como vulcões em dormência ou adormecidos. 

A distinção entre vulcões extintos ou vulcões em dormência não é fácil. Por exemplo, o vulcão Soufriére Hills, na ilha Montserrat, nas Caraíbas, estava considerado extinto. Em 1995 entrou em erupção, provocando grande destruição e levando ao abandono desta pequena ilha por uma parte da sua população, mantendo-se ativo desde então. 

Esta classificação da atividade dos vulcões está diretamente relacionada com os processos que lhe dão origem. Se os processos de produção magmática se mantêm no tempo, será provável que o vulcanismo se mantenha ativo. Por exemplo, se num determinado limite convergente se mantém o processo de subducção, é provável que a atividade vulcânica na região se mantenha. Pelo contrário, se a subducção terminou, será provável que cesse a atividade vulcânica. 

Finalmente, o estudo da história geológica dos sistemas vulcânicos permite reconstituir a sequência de episódios vulcânicos passados e sua idade, possibilitando o conhecimento do tipo e da magnitude dos eventos que se poderão produzir no futuro e estimar o estado de atividade/inatividade através da determinação do intervalo de recorrência, isto é, do intervalo de tempo médio entre erupções sucessivas. Contudo, este tempo é meramente estatístico, sendo bastante falível em termos de previsão, uma vez que estes e outros eventos geológicos não seguem uma periodicidade regular. 

Os processos vulcânicos desempenharam e desempenham, ainda hoje, importante papel na vida do planeta e na existência dos seres vivos na Terra. Os primeiros dias da existência da Terra devem ter sido fortemente marcados pela atividade vulcânica. A mesma atividade que foi fundamental para a formação de uma atmosfera e de uma hidrosfera primitivas, fundamentais para o aparecimento da vida na Terra.  

No final da Era Mesozoica registou-se intensa atividade vulcânica na Terra relacionada com o volumoso vulcanismo basáltico do Decão (Índia), podendo ter sido uma das causas da extinção em massa verificada nesse período. 

Já em tempos históricos existem várias ocorrências vulcânicas marcantes, como aquela que levou à destruição da cidade romana de Pompeia pela atividade do vulcão Vesúvio, no sul da Itália, no ano de 79 da nossa era. 

Mais recentemente (1985), as correntes de lama (lahar) desencadeadas pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz, formadas a partir da acumulação de cinzas vulcânicas misturadas com a água do degelo da cobertura de neve do seu cume, levaram à destruição da cidade colombiana de Armero e à morte de vários milhares de pessoas. 

O vulcanismo, como manifestação da atividade interna da Terra, a partir da qual o seu calor interno vai sendo libertando lentamente, apresenta aspetos positivos e negativos para o Homem. A monitorização dos processos vulcânicos é, pois, fundamental para o Homem poder conviver de forma mais pacífica com essas manifestações vulcânicas inevitáveis. 

Em resumo:

  • existem diferentes tipos de vulcões quanto à manifestação da sua atividade no tempo: vulcões ativos, dormentes (em dormência) e inativos;
  • a manutenção dos processos que geram os magmas manterão os vulcões ativos; o fim da causa que gera os magmas levará à extinção desses vulcões;
  • o vulcanismo foi fundamental para a construção do próprio planeta, tendo impactes positivos e negativos na vida do Homem.

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Ficha Técnica

  • Título: Distinguir vulcanismo ativo de inativo, justificando a sua importância para o estudo da história da Terra.
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: Foto de Anastasia Yudin no Pexels
  • Agradecimentos: Professor Doutor José Madeira (FCUL)