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Teoria da Tectónica de Placas - movimento das placas litosféricas

Interpretação das evidências de mobilismo geológico

Interpretação das evidências de mobilismo geológico

O mobilismo geológico corresponde a uma corrente do pensamento científico que defendia a mobilidade dos continentes, ao contrário das ideias fixistas. Essas ideias mobilistas tiveram um forte impulso com a Deriva Continental de Wegener. Cerca de meio século depois, a teoria da Tectónica de Placas desfazia os equívocos da teoria de Wegener e explicava aspetos aos quais ele não conseguiu dar resposta.  

A teoria da Tectónica de Placas é reconhecida como a teoria unificadora da Geologia. Esta designação deve-se ao facto de, para além de explicar a constituição e o funcionamento do planeta, quer de processos que ocorrem à superfície, quer no seu interior. Assim, o que se passa no interior da Terra tem consequências diretas sobre os processos que ocorrem na sua superfície, destacando-se o movimento das placas tectónicas, ponto fundamental desta teoria. 

É nos limites divergentes, correspondentes às zonas de dorsal média oceânica, no seio da qual se encontra uma fratura por onde são extruídas as lavas (rifte), que é construída nova litosfera oceânica. Mas estes limites divergentes formaram-se no interior dos continentes, devido às forças distensivas que os fragmentaram. A injeção de magma de origem profunda nessa fratura, acaba por formar nova rocha basáltica que constrói as placas oceânicas.  

Exemplos atuais caracterizam bem os diferentes estádios de instalação de riftes. A região do Rift Valley africano corresponde a um estádio precoce da formação de um rifte, devido às forças distensivas que se fazem sentir sem, contudo, ocorrer ainda a injeção de magmas.  Ali ao lado, o Mar Vermelho, estreito e alongado, só existe devido à existência de um rifte ativo, responsável pela formação de nova litosfera oceânica e, consequentemente, pelo afastamento entre os dois blocos continentais (a península arábica e o continente africano). O rifte Atlântico representa um estádio mais desenvolvido da vida de um rifte, originando o afastamento claro entre as placas euroasiática e africana, da placa americana. Estes processos de instalação dos riftes são geradores de processos sísmicos e vulcânicos, bem como pela formação de montes submarinos e de ilhas vulcânicas, associadas ao processo de abertura oceânica. 

Sendo a Terra um corpo esférico, o movimento de afastamento das placas num determinado sentido tem,  como consequência lógica, o encontro e a colisão de placas noutros locais do planeta. Por exemplo, à medida que o oceano Atlântico cresce, pelo afastamento dos continentes que estão de ambos os lados, é expectável que o oceano Pacífico venha a diminuir a sua dimensão, por aproximação dos continentes que o rodeiam. Este movimento de aproximação de continentes, através do choque das placas que os suportam, está a acontecer já há milhões de anos no mar Mediterrâneo.

A subducção da placa africana sob a placa euroasiática é responsável pela formação dos vulcões existentes no sul da Europa, nomeadamente na Itália, bem como pelos sismos que se fazem sentir naquela região. No limite, os dois continentes irão colidir, levando à formação de uma cadeia montanhosa, à semelhança do que já aconteceu entre a Índia e o continente asiático, com a formação da cadeia montanhosa que regista esse choque – os Himalaias. 

Noutros locais, o choque de placas faz-se entre placas oceânicas, originando arcos de ilhas vulcânicas, como são os casos dos arquipélagos das Filipinas e da Indonésia. 

Conhecer a teoria da Tectónica de Placas
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Em resumo:

  • O movimento das placas litosféricas tem um conjunto de consequências muito variadas, nomeadamente:
  • a fragmentação de continentes antigos e a formação de novos blocos continentais, como o que aconteceu com o supercontinente Pangeia, até aos continentes atuais;
  • a formação e o desaparecimento de mares e de oceanos;
  • a formação de cadeias montanhosas, resultantes do choque entre placas, envolvendo placas continentais;
  • a formação de arcos insulares, resultantes do choque entre placas e subducção envolvendo placas oceânicas;
  • a origem de processos vulcânicos, quer associados aos limites divergentes (vulcanismo associado a riftes), quer associado a limites convergentes (vulcanismo associado à subducção de placas oceânicas).
  • a origem de sismos nos diferentes limites (divergentes, convergentes e transformantes), com diferentes profundidades dos focos, dependendo do tipo de limite de placas onde têm origem.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: nterpretar evidências de mobilismo geológico com base na teoria da Tectónica de Placas (placa litosférica, limites divergentes, convergentes e transformantes/conservativos, rift e zona de subducção, dorsais e fossas oceânicas)
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: Foto de Monstera no Pexels