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Geologia

Interpretar situações de dobra (sinforma/antiforma) e respetivas macroestruturas.

Interpretar situações de dobra (sinforma/antiforma) e respetivas macroestruturas.

As dobras são estruturas geológicas que correspondem a enrugamentos nas rochas. Podem ter dimensão microscópia, até dimensões quilométricas, observáveis por satélite.

Têm origem a partir da atuação de tensões compressivas sobre materiais rochosos com comportamento dúctil. Este comportamento pode resultar do facto de as rochas terem estado sujeitas a pressões e temperaturas elevadas, em profundidade, ou em zonas mais superficiais, mas sujeitas a tensões que atuaram ao longo do tempo. 

De acordo com a disposição das dobras, elas classificam-se em: 

  1. Antiforma – dobra cuja concavidade/abertura está voltada para baixo (em forma de “A”);
  2. Sinforma – dobra cuja concavidade/abertura está voltada para cima (em forma de “V”).

Se à disposição da dobra for associada a idade das camadas rochosas que a constituem, então definem-se as estruturas: 

  1. Anticlinal – dobra onde o seu núcleo (centro da dobra) está ocupado pelas camadas rochosas mais antigas, enquanto as mais recentes estão na parte periférica;
  2. Sinclinal – dobra onde o seu núcleo está ocupado pelas camadas mais recentes, enquanto as mais antigas se situam na parte periférica.

Nem sempre as dobras em antiforma/anticlinal correspondem a elevações no relevo, nem as dobras em sinforma/sinclinal correspondem a depressões no relevo, pois além da estrutura, as formas de relevo dependem de outros fatores, como a resistência dos materiais rochosos à erosão, que podem “mascarar” as estruturas que estão associadas a essas formas de relevo. 

As dobras estão constituídas por diferentes elementos geométricos: 

  1. Flancos da dobra – são os lados da dobra, isto é, os planos da dobra que estão separados pela sua linha de charneira;
  2. Charneira da dobra – corresponde à linha de maior curvatura da dobra, sendo a linha que resulta da interseção dos planos correspondentes aos flancos da dobra;
  3. Plano axial da dobra – plano que divide a dobra em duas partes simétricas, atravessando a dobra ao longo da sua charneira e do seu eixo. De acordo com a inclinação do plano axial, as dobras podem ser classificadas em dobras inclinadas, deitadas ou verticais;
  4. Eixo da dobra – corresponde à linha que resulta da interseção do plano axial com a linha de charneira. Pode ser horizontal, inclinado (mergulhante) ou vertical;
  5. Direção da dobra – corresponde ao ângulo entre a linha do norte e a linha resultante da interseção do plano horizontal com o flanco da dobra ou, ainda, corresponde ao ângulo que a linha de charneira faz com a linha do norte;
  6. Pendor ou inclinação dos flancos da dobra – corresponde ao ângulo entre o plano horizontal e a linha de maior inclinação do flanco, perpendicular à direção da dobra.

Em resumo:

  • as dobras correspondem a enrugamentos das rochas, resultantes de tensões compressivas que atuam sobre materiais rochosos com comportamento dúctil;
  • as dobras podem ser classificadas, de acordo com a sua geometria, em antiformas e sinformas;
  • as dobras podem ser classificadas, de acordo com a idade das rochas que as constituem, em anticlinais e sinclinais;
  • as dobras estão constituídas por diferentes elementos geométricos: flancos, charneira, plano axial, eixo, direção e pendor.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Interpretar situações de dobra (sinforma/antiforma) e respetivas macroestruturas (sinclinal/anticlinal). 
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: fotografia de Dali Turcatti, Pexels.