O “Big Brother”, de George Orwell
Visionou uma sociedade controlada pelo Big Brother, ficcionou uma quinta onde "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros". George Orwell escreveu sempre contra os regimes totalitários, com uma lucidez crítica marcada pelo desencanto.
Combateu na Guerra Civil de Espanha, experimentou o colonialismo inglês na Birmânia como polícia imperial, observou de perto as dificuldades dos operários de uma aldeia industrial no norte de Inglaterra, foi correspondente de guerra e teve várias outras profissões que lhe permitiram sobreviver.
Todas as experiências de vida, os acontecimentos que presenciou, marcaram decisivamente a sua visão do mundo e a forma como se relacionava com ele. George Orwell (1903-1950) desencantou-se, fez-se pessimista e socialista convicto, em luta permanente contra os regimes totalitários e quaisquer manifestações de opressão. Queria ser um espírito livre e arriscar-se a pensar livremente. Por isso, nos muitos diários, ensaios e romances que escreveu, há crítica, denúncia, análise política e social sustentada na sua reconhecida clarividência. O que ajuda a explicar o incómodo que algumas das suas obras motivaram.
Em 1946 publicou “O Triunfo dos Porcos”, uma sátira política dirigida ao regime soviético saído da revolução bolchevique. Dois anos depois, a obra derradeira, “1984”, uma ficção distópica sobre o futuro da humanidade controlada por um Grande Irmão omnipresente, onde todos os gestos são vigiados por um ecrã, o amor e a liberdade proibidos e onde existe uma polícia do pensamento. A profecia do escritor inglês parece cada vez mais real. Devagar, esta distopia infiltra-se no quotidiano como uma coisa normal. Como um concurso televisivo onde há um Big Brother a olhar para tudo e para todos.
Temas
Ficha Técnica
- Título: Literatura Aqui - Biografia de George Orwell
- Tipologia: Extrato de Programa Cultural - Reportagem
- Produção: até ao Fim do Mundo
- Ano: 2015