Os elementos essenciais da frase: o sujeito e o predicado
Já sabes que qualquer frase contém dois elementos fundamentais: o sujeito e o predicado. Estas duas funções sintáticas são centrais numa frase, porque em qualquer situação de comunicação nós dizemos alguma coisa (predicado) sobre alguém ou alguma coisa (sujeito).
Vamos recordar as principais características do sujeito.
SUJEITO
• O sujeito é a função sintática desempenhada pelo constituinte que concorda em pessoa e número com o verbo. Pode ser um grupo nominal ou uma frase:
O filho da Teresa quer ser médico.
Seria ótimo que o teste fosse adiado.
• O sujeito é a expressão nominal que pode ser substituída pela forma nominativa do pronome pessoal (eu, tu, ele, nós, vós, eles) ou por um pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo) (no caso de ser uma frase):
Ele quer ser médico.
Isso seria ótimo!
• O sujeito é o controlador da concordância verbal, ou seja, o verbo concorda em pessoa e número com o sujeito:
O menino perdeu o berlinde.
Os meninos perderam o berlinde.
A partir da descrição destas características, podemos definir sujeito como a expressão nominal que desencadeia a concordância verbal e que pode ser substituída por um pronome pessoal nominativo (eu, tu, ele, nós, vós, eles).
Tipos de sujeito
Sujeito simples e sujeito composto
A Joana vai ao cinema hoje.
A Joana e o Pedro vão ao cinema hoje.
Sujeito nulo
Sujeito nulo subentendido
– Vamos ao cinema hoje. (sujeito: nós)
Sujeito nulo indeterminado
– Não se pode fumar em recintos fechados. (sujeito: se = as pessoas em geral)
Sujeito nulo expletivo
– Choveu toda a noite. (sujeito: inexistente – o verbo chover não tem sujeito)
Vamos agora recordar as principais características do predicado.
PREDICADO
O predicado é a função sintática desempenhada pelo verbo e pelos seus complementos.
Complementos são os constituintes sem os quais o significado global da frase ficaria incompleto. Observa cada tipologia verbal:
• Verbos impessoais
a. Nevou na Covilhã durante toda a noite.
b. Nevou.
O predicado da frase acima corresponde apenas ao verbo nevar. As expressões «na Covilhã» e «durante toda a noite» não são argumentos deste verbo, pois a sua omissão não origina qualquer agramaticalidade.
• Verbos intransitivos
a. A bailarina desmaiou em palco.
b. A bailarina desmaiou.
O predicado da frase acima é apenas desmaiou, porque a expressão «em palco» não é um complemento deste verbo, ou seja, se o eliminarmos, a frase continua a fazer sentido.
• Verbos transitivos
a. O João comprou um bolo na pastelaria.
b. O João comprou.
c. O João comprou um bolo.
O predicado da frase acima é comprou um bolo, porque este verbo exige um determinado complemento (aquilo que foi comprado). Por sua vez, o grupo preposicional «na pastelaria» fornece apenas uma informação acessória.
• Verbos transitivos diretos e indiretos
a. A cozinheira pôs o bolo no forno ontem à noite.
b. ?? A cozinheira pôs o bolo.
c. A cozinheira pôs o bolo no forno.
O predicado da frase acima é pôs o bolo no forno, porque este verbo exige dois complementos: o complemento direto e o complemento preposicional (lugar onde). O constituinte temporal «ontem à noite» já não faz falta à frase.
Em conclusão, do predicado fazem parte o verbo e os seus complementos.