Drogas sintéticas, tão más como qualquer outra
Que efeitos provocam as drogas sintéticas? De onde vêm e como se obtêm? Há tratamento para quem se vicia? O médico João Goulão, responsável pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, dá as respostas.
As drogas sintéticas reproduzem-se a um ritmo alarmante por todo o mundo. Provêm, sobretudo, de países orientais e têm origem, na sua maioria, em subprodutos da indústria farmacêutica. São facilmente acessíveis, via internet, até porque são mais baratas que as drogas convencionais. A quetamina, o bloom ou o gás do riso são muitas vezes experimentadas em contexto recreativo, mas desde o primeiro uso são susceptíveis de provocar grande dependência.
Os médicos alertam para o facto de não haver terapêuticas direcionadas para o tratamento de quem fica viciado nestas substâncias sintéticas que provocam um sem número de desordens mentais que vão desde surtos psicóticos a ataques de pânico. Ou seja, apesar de aparentemente mais “leves”, o facto é que estas novas substâncias são tão más como qualquer outra droga.
Portugal aprovou em 2023 a descriminalização de drogas sintéticas, passando a distinguir entre o tráfico e o consumo, tal como antes já o tinha feito em relação às designadas drogas duras. Embora tenha deixado de ser crime consumir, não significa que estas substâncias tenham deixado de ser ilícitas.
A Linha Vida SOS Droga 1414 é o contacto do Serviço Nacional de Saúde que garante aconselhamento, esclarecimento de dúvidas e suporte emocional em situações de crise relacionadas com os comportamentos aditivos, dependências e temáticas associadas.