Como reconhecer um líder autoritário

Os regimes autoritários emergem em diferentes contextos, mas os seus representantes possuem caraterísticas idênticas. À frente de um estado totalitário está, por norma, uma figura que exerce um poder dominante, muitas vezes absoluto. São pessoas que praticam o culto da personalidade e se apresentam como a salvação do povo, têm um discurso polarizador que cria grandes divisões, apelam às emoções, desvalorizam a informação e os jornalistas, além de controlarem as instituições e a lei.

Explicador

A crise das democracias e o surgimento dos fascismos

Há inúmeros exemplos, espalhados por todo o mundo, de países governados por personalidades que se destacam pela sua força ilimitada – são as autocracias. Regimes onde os princípios democráticos nunca existiram ou são anulados. A separação de poderes, a liberdade de imprensa e o sistema judicial são estrangulados por quem manda.

No século XXI, o autoritarismo já não se apresenta necessariamente sob a forma de golpes militares ou partidos únicos. Pelo contrário: muitas vezes, instala-se lentamente dentro das democracias com o apoio de uma parte significativa da população. Os líderes autoritários, como podemos verificar nestes excertos do Programa Cautelar, chegam ao poder através de eleições. Surgem, geralmente, em contextos de crises económicas, em quadros de insegurança social e apoiam-se no descrédito dos sistemas vigentes.

Os autoritários podem não o parecer à primeira vista. Estão nos órgãos de comunicação e nas redes sociais e respeitam a lei. Nas campanhas eleitorais prometem dignidade, proteção, ordem. Falam diretamente ao eleitorado, desvalorizam partidos e instituições. Uma vez eleitos, silenciam as vozes críticas, restringem liberdades e alteram as regras do jogo democrático a seu favor. São uma ameaça aos pilares de uma sociedade livre.

Veja Também

Preparar um país para eleições