A engenhosa mesa dos ensaios sísmicos

Todos os dias a terra treme num qualquer lugar do mundo, sem avisar. Oscilações tão ligeiras que passam despercebidas. Mas na mesa inventada por engenheiros do LNEC, os abalos têm hora marcada e, mesmo os mais fortes, só destroem maquetas. 

Explicador

Riscos Naturais: Sismos e Vulcões

Edifícios, pontes, barragens são sacudidos até ao limite por um mecanismo capaz de simular pequenos e grandes sismos, ao milímetro. Estes modelos físicos em betão, alvenaria ou madeira, réplicas de estruturas originais, chegam a pesar toneladas. Se uns sucumbem aos testes, outros quase não são afetados.  

É este comportamento que importa observar nesta mesa de grandes dimensões, com características especiais, que a tornam única na Europa. Aqui, analisa-se como reagem diferentes estruturas a diferentes impactos, mede-se a capacidade de resistência e a vulnerabilidade de materiais, recolhe-se informação vital para prevenir danos e preparar soluções. Nas construções novas, com materiais mais adequados, mas também no reforço sísmico dos prédios antigos. Apesar da regulamentação em vigor, também desenvolvida com base nas provas realizadas, persistem muitos erros e falta fiscalização.  

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Há mais de 60 anos que estes especialistas em engenharia sísmica chamam a atenção para o estado de degradação de várias estruturas e construções. Pontes, escolas, hospitais, prédios, estradas, túneis, barragens. Tudo o que pode colapsar se um terramoto semelhante ao que ocorreu em Lisboa em 1755, voltar a acontecer. Os ensaios são para levar muito a sério. A fama que alcançaram percorre continentes e, por isso, o LNEC, em Lisboa, avalia projetos, obras, equipamentos dos quatro cantos do mundo. Uma das áreas de referência deste laboratório que Alfredo Campos Costa, guia desta visita, conhece bem.