Greta Thunberg, Em Nome da Terra
A ativista do clima mais mediática foi escolhida pelos jornalistas da RTP como a figura internacional de 2019. Nesse ano, a menina sueca de 16 anos conseguiu mobilizar milhões de pessoas para a urgência de defender o ambiente e espalhou pelo mundo a greve climática dos estudantes.
Nunca se coibiu de acusar diretamente as gerações mais velhas de serem as culpadas pelo estado doente em que o planeta se encontra e não tem dúvidas que serão os mais novos que poderão tomar em mãos a resolução do problema. Em 2019, Greta Thunberg foi indicada, pela primeira vez, para Prémio Nobel da Paz, com apenas 16 anos, depois de nesse ano ter mobilizado mega manifestações mundiais. No mês de setembro, inspirou multidões que superaram os 4 milhões de participantes em mais de 150 países.
Começou sozinha a contestação, com 15 anos, frente ao parlamento sueco. Todas as sextas feiras faltava às aulas e sentava-se no chão com um cartaz a alertar para a crise climática, depois de ver o seu país assolado por incêndios motivados por ondas de calor. Arrastou consigo colegas, mobilizou professores e pais e, num ápice, as suas palavras e a zanga que a caraterizam saltaram de Estocolmo para o mundo. Das ruas aos maiores palcos do poder, a mensagem é só uma: em nome da terra, exige medidas aos governos e desperta consciências.
Com o crescimento do ativismo climático em todo o mundo, Greta Thunberg tornou-se a sua estrela maior. Apesar de não reivindicar para si um papel especial, nem prognosticar um futuro ao serviço do ambiente, facto é que o seu dia-a-dia como jovem defensora de um mundo mais sustentável a tem levado pelo mundo a espalhar denúncias contra governos e sistemas económicos que não se compadecem com as alterações visíveis do clima.
As manifestações de grande alcance contam com a sua presença que faz a diferença na mobilização, não apenas de jovens, mas de vários sectores da sociedade. Foi o caso em Glasgow, na Escócia, onde decorreu, em 2021, a COP 26 – a Cimeira das Nações Unidas que pretendia traçar novas metas para travar o aquecimento global e que a ativista considera ter sido um fracasso por falta de vontade política e de planos concretos.
A erosão do solos, o aquecimento do planeta, a acidificação dos oceanos, a perda de biodiversidade e a crescente emissão de dióxido de carbono para a atmosfera são apenas alguns dos temas que têm ocupado a vida de Greta Thunberg. A menina que cresceu e mostrou ao mundo que “ninguém é demasiado pequeno para fazer a diferença”, como escreveu no seu livro, que se chama A Nossa Casa Está a Arder, que elaborou com a família e no qual admite que não há motivos para otimismo ou esperança face ao que tem encontrado pelo mundo.
Ficha Técnica
- Título: Telejornal e Europa Minha
- Tipologia: Extrato de Programa
- Produção: RTP
- Ano: 2019 e 2021
- Imagem: Em 2018, frente ao parlamento sueco, Greta Thunberg iniciou uma greve escolar pelo clima - Anders Hellberg