Nas montanhas da Península Ibérica

Com as suas paisagens distintas e biodiversidade única, as montanhas ibéricas são um testemunho da resiliência da natureza, mas também da fragilidade dos ecossistemas perante as mudanças ambientais e a ação dominadora do homem. Nos sistemas montanhosos do norte – os Picos da Europa e os Montes Cantábricos – onde residem as florestas nativas de faias e carvalhos, duas espécies emblemáticas: o urso-pardo recupera lentamente da sua quase extinção e, nas mesmas áreas, o lobo-ibérico, caça veados, numa luta constante pela sobrevivência.

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Ao avançarmos para as montanhas do sistema central, o cenário torna-se mais agreste. A cabra-montês domina os cumes rochosos, movendo-se com agilidade em paisagens vertiginosas.  É aqui que a marmota – originária dos Alpes e introduzida nos Pirenéus no século XX – faz sentinela nos planaltos rochosos, enquanto a águia-real patrulha, dominante, os céus. A vegetação, composta por carvalhais e bosques de pinheiro-silvestre, proporciona também abrigo e alimento a uma grande variedade de insetos e pequenos mamíferos, que sustentam toda a cadeia alimentar destas montanhas.

- O urso-pardo ibérico integra o livro vermelho das espécies ameaçadas. Há poucos indivíduos no norte de Espanha. Em Portugal, está extinto há 300 anos.

- A cabra-montês é um ex-líbris das montanhas da Península Ibérica. Domina, como nenhum outro animal, as serras graníticas.

- A marmota - famosa "sentinela" - foi introduzida nas montanhas do centro da Península Ibérica e é hoje uma espécie totalmente adaptada.

- O lobo-ibérico, espécie emblemática da região, é protegido devido às ameaças ao seu habitat natural.

- O veado ibérico é o maior herbívoro selvagem da Península, onde habita há milhares de anos.

- Singulares e variados, os insetos habitam nas zonas húmidas de bosques montanhosos da Península Ibérica durante a estação quente.

- Pequena e frágil, a orvalhinha, é uma das oito plantas carnívoras nativas em Portugal continental.

Há, nestes montes que dão relevo ao grande planalto que é a Península Ibérica, verdadeiras preciosidades no que toca à flora, aos insetos e aos anfíbios. Fã de riachos e bosques húmidos, a salamandra lusitânica tem o seu santuário no norte de Portugal. E na zona de floresta densa que é a Serra do Gerês, encontramos insetos invulgares como a traça colibri e também plantas de caráter exótico como é o caso da orvalhinha – a planta de tentáculos em forma de gotas que devora insetos. Uma rede intensa de vida que revela um ecossistema de grande equilíbrio.

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