Outra Escola: na pele de um professor
Lê-se no dicionário que professor é aquele que ensina, transmite conhecimentos a outro, é entendido numa arte, numa atividade, numa ciência. Mas, para ensinar colocam-se, nestes tempos (segunda década do século XXI), duas questões fundamentais, em Portugal: que condições profissionais têm os professores e que autonomia lhes é dada enquanto transmissores de conhecimento?
É uma das profissões que, em Portugal, mais sofre de burnout. As horas de aulas têm aumentado ao longo dos anos, mas sobretudo o trabalho administrativo imposto pelas escolas e pelo Ministério da Educação retiram aos professores o tempo necessário para investirem na preparação de aulas mais interativas e no apoio aos alunos que mais precisam.
As sucessivas políticas educativas têm dividido a classe e os docentes queixam-se de serem muito mais instrumentos do Estado do que elementos fundamentais da sociedade. A propalada autonomia fica pelo caminho quando não resta tempo nem para dar a matéria curricular, quanto mais ser inovador. Um professor está hoje condenado à condição de máquina e sem dignidade – queixam-se.
Desmotivados, boa parte deles, pede uma simplificação do caminho do ensino: o perfil do aluno, as aprendizagens essenciais, os currículos, as metas, tudo tem lugar, mas de uma forma agregadora, para a que os alunos possam voltar a ser avaliados e não medidos. Lembram os pedagogos que a orientação deve ser para o essencial e não para o instrumental.