Conteúdo cedido por : Ordem dos Psicólogos
Psicologia na Escola

Relações na adolescência: abusos e violência

Relações na adolescência: abusos e violência

Numa relação saudável há equilíbrio, ambos os parceiros/as são tratados de forma igual, com os mesmos direitos. No entanto, existem situações em que o/a nosso/a namorado/a nos pressiona, ameaça ou tenta controlar.

A violência no namoro acontece através de comportamentos violentos e abusivos, pontuais ou contínuos. Estes comportamentos podem ser físicos, emocionais ou sexuais. O abuso físico inclui bater, empurrar, puxar cabelos, pontapear, etc. O abuso emocional – gozar, provocar, humilhar, chamar nomes, etc. – pode ser mais difícil de reconhecer porque não deixa marcas físicas, mas as suas consequências são mais duradouras. O abuso sexual inclui sermos obrigados/as* a praticar atos sexuais contra a nossa vontade ou sermos acariciados/tocados sem que queiramos. Qualquer relação sexual não consentida é violação!

As relações em que existe violência não são todas iguais e não é obrigatório que incluam violência física. Na mesma relação podem ocorrer várias formas de violência, mas nunca são formas de “expressar amor”.

A violência no namoro pode acontecer quer as relações sejam “sérias” ou não, menos ou mais longas. Quer as raparigas quer os rapazes podem ser violentos para os seus parceiros/as. Muitas vezes as relações abusivas passam por fases, alternando entre períodos bons e maus. Noutros casos, o abusador tão depressa agride o parceiro como no minuto seguinte pede desculpa e parece arrependido. Porque o abusador também pode ser muito amoroso, torna difícil sair da relação ou reconhecê-la como uma relação abusiva (fica-se sempre à espera que não volte a repetir e que seja sempre amoroso…). Tendencialmente, o abuso piora ao longo da relação (não melhora!).

Quando o/a nosso/a namorado/a usa insultos verbais, linguagem agressiva, comentários negativos sobre nós, nos bate ou agride fisicamente, ou nos força a qualquer tipo de atividade sexual, estes são sinais verbais, emocionais ou físicos de abusos.

Violência no namoro: uma prova de desamor
Veja Também

Violência no namoro: uma prova de desamor

Ser vítima de violência por parte de alguém com quem escolhemos namorar é uma experiência dolorosa e complicada de resolver. É preciso primeiro perceber que o que nos está a acontecer é violência e para nós é difícil acreditar e compreender que alguém que gosta de nós também é capaz de nos fazer mal. Muitas vezes, apesar dos maus-tratos, continuamos a gostar do nosso namorado/a. Podemos ter medo de não conseguirmos namorar outra pessoa ou temos vergonhar de contar a alguém e pedir ajuda. Também podemos ter medo que ninguém acredite em nós, que nos façam ainda mais mal se contarmos ou que ninguém nos possa ajudar.

A violência no namoro pode fazer-nos sentir muito sozinhos, assustados, envergonhados, culpados, inseguros, confusos, tristes e ansiosos. Mas é importante lembrarmo-nos que a violência NUNCA é aceitável. NUNCA, sob qualquer motivo, alguém tem o direito de ser violento/a connosco! A violência é uma forma errada de resolver os problemas e as dificuldades de um namoro.

É fundamental procurar ajuda. Contar a um adulto em que confiemos o que se está a passar é a única forma de outra pessoa saber o que se passa connosco e poder apoiar-nos e proteger-nos. O/A Psicólogo/a da escola pode ajudar. Assim como ligar para a APAV – o atendimento é gratuito e não é preciso dizermos o nosso nome, é confidencial.

A Ordem dos Psicólogos tem mais informação em escolasaudavelmente.pt

Temas

Ficha Técnica

  • Título: Relações na adolescência: abusos e violência
  • Área Pedagógica: Psicologia
  • Tipologia: Rubrica
  • Autoria: Ordem dos Psicólogos
  • Ano: 2022
  • *Nota: constituindo a linguagem uma ferramenta para combater as desigualdades sociais, contribuindo para a eliminação de estereótipos e formas de discriminação, a OPP advoga a utilização de uma linguagem inclusiva, enquanto instrumento transformador de atitudes e comportamentos, de promoção do bem-estar, da Saúde Psicológica e da coesão, igualdade e justiça sociais.