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Caracterizar rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas.

Caracterizar rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas.

As rochas sedimentares são agrupadas e classificadas de acordo com a natureza e a origem dos sedimentos que as constituem (rochas sedimentares detríticas, quimiogénicas e biogénicas). Vamos ver a explicação em detalhe! A classificação das rochas sedimentares detríticas é feita com base na dimensão (argilas, siltes, areias e balastros) e na forma (brecha ou conglomerado) dos seus sedimentos;

Embora as rochas sedimentares não sejam muito representativas no conjunto da litosfera, no entanto elas recobrem uma parte importante da superfície dos continentes. A observação da carta geológica de Portugal evidencia também esse facto. 

Rochas sedimentares são aquelas formadas por sedimentos. Sedimentos são partículas que correspondem a fragmentos de rocha e/ou minerais, bem como a conchas ou fragmentos delas e restos de outros seres vivos e, ainda, a minerais resultantes da precipitação de sais a partir das águas. De acordo com a origem/natureza dos sedimentos presentes, assim se classificam os diferentes tipos de rochas sedimentares em: 

  1. Rochas sedimentares detríticas – rochas formadas por sedimentos que resultaram da meteorização e erosão de rochas expostas à superfície da Terra. A classificação dos sedimentos corresponde à classe granulométrica/dimensão a que pertencem:

1 – argilas – os sedimentos mais finos, com dimensão inferior a 1/256 mm; 

2 – siltes – sedimentos cuja dimensão varia entre 1/256 mm e 1/16 mm; 

3 – areias – sedimentos cuja dimensão varia entre 1/16 mm e 2 mm; 

4 – balastros (cascalhos, seixos, blocos) – sedimentos com dimensão superior a 2 mm. 

Quando esses sedimentos sofrem diagénese, originam a rocha sedimentar consolidada respetiva: 

1 – argilitos; 

2 – siltitos; 

3 – arenitos; 

4 – conglomerado (quando os grãos se apresentam arredondados) ou brecha (quando os grãos se apresentam angulosos). 

b) Rochas sedimentares quimiogénicas – rochas formadas por sedimentos que resultaram da precipitação química de sais dissolvidos nas águas. Esta precipitação é favorecida pela evaporação das águas, motivo pelo qual estas rochas são genericamente chamadas de evaporitos. Assim são formados minerais como a halite e o gesso. Quando grandes massas de halite são acumuladas, formam uma rocha constituída apenas por esse mineral (rocha monominerálica), chamada sal-gema. O mesmo acontece com o gesso, em que a rocha assume o mesmo nome do mineral.

Existem outros tipos de rochas quimiogénicas, como é o exemplo do travertino, uma rocha calcária resultante da precipitação química de carbonato de cálcio a partir de águas de nascentes (quer de águas aquecidas, quer de águas com baixas temperaturas). Estes calcários quimiogénicos são bem visíveis no interior de grutas, formando as estalactites e as estalagmites. 

Existem, ainda, rochas sedimentares que resultaram da precipitação química de minerais, como a calcite, mas a partir da atividade de seres vivos. Estes têm a capacidade de obter os sais dissolvidos nas águas, precipitando-os para construírem os seus esqueletos calcários, por exemplo. Quando morrem, os seus esqueletos acumulam-se e sofrem compactação e litificação, originando rochas calcárias, diferentes daquelas de origem quimiogénica. Estão neste caso os calcários formados por conchas ou seus fragmentos, ou por esqueletos de corais, que foram precipitados pela ação dos organismos respetivos.  

Assim, estas podem ser consideradas rochas de origem bioquímica. 

c) Rochas sedimentares biogénicas – rochas formadas por seres vivos/fragmentos de seres vivos. Após a sua morte, os organismos tendem a sofrer decomposição. No entanto, em situações que favorecem o enterramento relativamente rápido desses materiais orgânicos, evitando a sua decomposição, podem forma-se rochas sedimentares biogénicas como os carvões e os petróleos. Os carvões resultam do enterramento e transformação de restos vegetais. Nesse processo de enterramento, boa parte dos voláteis presentes (como o hidrogénio, a água e o CO2) vão sendo eliminados, provocando um aumento da concentração do carbono que permanece nesses materiais – incarbonização. Dependendo da concentração de carbono presente, assim se classificam os carvões: turfa, lignito, hulha/carvão betuminoso e antracito (por ordem crescente da concentração de carbono).

Explicar características litológicas e texturais de rochas sedimentares com base nas suas condições de génese.
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Em resumo:

  • As rochas sedimentares são agrupadas e classificadas de acordo com a natureza/origem dos sedimentos que as constituem (rochas sedimentares detríticas, quimiogénicas e biogénicas);
  • A classificação das rochas sedimentares detríticas é feita com base na dimensão (argilas, siltes, areias e balastros) e na forma (brecha ou conglomerado) dos seus sedimentos;
  • As rochas sedimentares quimiogénicas resultam da precipitação química de minerais, a partir de sais dissolvidos nas águas, em ambientes quentes e secos (áridos), com forte evaporação das águas (evaporitos como o sal-gema);
  • As rochas sedimentares biogénicas resultam da acumulação de restos de diferentes seres vivos que, quando enterrados, sofrem processos de diagénese que os transformam em rochas, como é o caso dos carvões, cuja matéria-prima são fragmentos vegetais.

Temas

Ficha Técnica

  • Título: 18 - Caracterizar rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas (balastro/conglomerado/brecha, areia/arenito, silte/siltito, argila/argilito, gesso, sal-gema, calcários, carvões), com base em tamanho, forma/origem de sedimentos, composição mineralógica/química.
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: fotografia de Natalia Gómez gilser, Pexels.