A Biblioteca do Papa, por Tolentino de Mendonça

José Tolentino de Mendonça, natural da Ilha da Madeira, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2019, mas antes disso foi escolhido por ele para assumir o cargo de arquivista e bibliotecário da Santa Sé. Teólogo e poeta, a voz deste religioso português cruzou-se com a do Sumo Pontífice, que o reconheceu como o homem que deveria cuidar de um dos tesouros mais importantes, não apenas da Igreja Católica, como da cultura mundial.

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A Biblioteca e o Arquivo do Vaticano são compostos por quilómetros de corredores e um bunker. Ali se preservam milhões de livros, manuscritos, gravuras e documentos, entre os quais Tolentino de Mendonça descobriu novos dados sobre a época das Descobertas portuguesas. Por exemplo, aquele que é considerado o primeiro dicionário de português-chinês ou mesmo um relato desconhecido da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia.

Livro manuscrito em 1591 pelo jesuíta português Manuel Barreto, em missão evangelizadora no Japão

A Biblioteca Vaticana foi fundada em 1450, pelo Papa Nicolau V. Desde então ela é, antes de mais, a biblioteca do Papa, com ligação direta aos seus aposentos. De início, apenas continha livros religiosos e teológicos, mas ainda no século XV começou a especialização nos clássicos em grego e latim. Foi sendo enriquecida pela aquisição de bibliotecas particulares e ofertas e nela constam testemunhos de algumas das grandes mudanças que o mundo atravessou. É um repositório da memória humana que tem hoje as portas abertas a pesquisadores e mesmo online para que possam ser apreciadas obras que durante séculos foram apenas acessíveis aos mais altos dignatários da Igreja Católica.

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