Pradarias Marinhas: um ecossistema pulmão do planeta
Fomentam a pesca, ao albergarem uma enorme quantidade de espécies e protegem as zonas costeiras. Purificam a água e absorvem mais dióxido de carbono do que as florestas tropicais. As pradarias marinhas são paraísos em risco de vida.
As pradarias subaquáticas constituem-se por dezenas de espécies de plantas e ervas e configuram um importante ecossistema marinho. Diferem das algas, pois têm raízes, caule e folhas. Produzem sementes, flores e frutos. Encontram-se em águas costeiras rasas, em lagoas, nas rias e nos estuários. É nestes densos campos submersos que se formam berçários para muitas espécies de peixes, crustáceos e mesmo para bivalves. Mas as atividades humanas têm vindo a agredir de forma implacável estas florestas de água, o que coloca em risco sério os seres vivos que deles dependem, bem como prejudica gravemente o planeta.
Estas plantas têm uma ação fundamental para a vida na terra. Além de albergarem uma quantidade infindável de espécies, são agentes especiais para a purificação da água e do ar. São mesmo consideradas um dos grandes pulmões do planeta. A partir da Ria de Aveiro – uma das áreas privilegiadas de pradarias marinhas em Portugal -, Ana Sousa, investigadora e bióloga da Universidade de Aveiro explica, no programa Hora de Agir, o mecanismo de purificação das águas e porque é estas plantas são superiores às próprias florestas terrestres no que toca à descarbonização.
As pradarias marinhas estão em risco sério e, são, por isso, alvo de grandes ações de proteção em todo o mundo por parte de cientistas e ativistas. O homem tem sido impiedoso para com estas florestas subaquáticas. As dragagens dos fundos, a poluição industrial e os esgotos, a pesca desenfreada com arrasta as plantas para as redes, as espécies invasoras e a mudança do clima – águas mais quentes tornam mais difícil a dissolução do oxigénio – são os seus maiores inimigos.