Da Ribeira à Foz, da Sé à Torre dos Clérigos, esta cidade é aristocrata e provinciana, rebelde e conservadora.... um Porto que sabe contar a sua história e que encanta quem lá vai mesmo em dias frios de névoa cinzenta. A "Invicta" pertence à Humanidade.
Esta é a cidade que tem guardado o coração de um rei. Parece lenda, mas a história diz que Pedro IV, em sinal de agradecimento pelos sacrifícios das leais gentes do Porto durante as lutas liberais, lhe ofereceu o coração que está na Igreja da Lapa. Esta é a cidade que em plena ditadura esteve inteira e corajosa a aclamar Humberto Delgado, o General sem Medo, candidato independente à Presidência da República, em 1958. O Porto é do norte, é tripeiro, orgulha-se em trocar os “bês” pelos “vês”, é terra onde a causa maior tem sido a liberdade. Não é por acaso que lhe passaram a chamar a “Invicta”, ou seja, aquela que não se deixa vencer.
O Porto é construção do tempo e da passagem de muitos povos. Os romanos ficaram vários séculos instalados no morro da Sé, que defenderam com uma muralha. Foram eles que baptizaram a cidade de “Portus”, por ser um importante porto de pesca de rio e mar. Sabe-se que fenícios e gregos faziam ali comércio. Recentes escavações revelaram uma presença ainda mais antiga na cidade, um povoado castrejo da Idade do Ferro.
Depois de um período mais conturbado e até de abandono, o Porto recebe o primeiro foral no século XII e a região dinamiza-se. O burgo medieval cresce em casario. Nos séculos XV e XVI beneficia das riquezas da expansão marítima, fazem-se grandes construções religiosas como o Convento dos Lóios. A partir do século XVIII, muitos estrangeiros, sobretudo ingleses, aqui se instalam; a cidade afirma-se no comércio, com especial dedicação à cultura da vinha e à produção do vinho de fama mundial.
No centro do Porto preservam-se os testemunhos desta história: Torre dos Clérigos, Sé Catedral, Igreja de Santa Clara, Igreja de S. Francisco, Palácio da Bolsa, Igreja da Cedofeita, os palácios do arquiteto Nasoni e tantos outros. E depois há um sem fim de ruelas, travessas e escadinhas em chão granítico que nos conduzem por fachadas coloridas de roupas penduradas. Imagens de um Porto que se refletem no Douro, rio incontornável nesta paisagem classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, em 1996.
- Temas: Arquitetura, História, História e Geografia de Portugal
- Ensino: 2º Ciclo, 3º Ciclo, Ensino Secundário
Ficha Técnica
- Título: Património Mundial Português
- Tipo: Documentário
- Produção: Filma e Vê e RTP2
- Ano: 2009