Conteúdo cedido por : Ordem dos Psicólogos
Psicologia na Escola

Pressão dos Amigos e das Amigas

Pressão dos Amigos e das Amigas

À medida que vamos crescendo, vamos tendo de tomar decisões por nós próprios/as. Algumas serão fáceis, outras difíceis. Algumas não têm uma “resposta certa”, por exemplo, escolher jogar futebol ou basquete nos tempos livres. Mas outras decisões envolvem questões morais, por exemplo, faltar ou não às aulas, experimentar cigarros ou mentir à nossa Mãe ou ao nosso Pai.

Tomar decisões sozinhos/as* já não é fácil, mas quando outras pessoas estão envolvidas e nos tentam pressionar, pode ser ainda mais difícil. Por exemplo, os amigos e amigas tentam muitas vezes influenciar-nos e pressionar-nos para fazer alguma coisa. A isso chama-se pressão dos/as amigos/as. Todos nós temos de lidar com esta pressão, até as pessoas adultas.

As amigas e os amigos podem influenciar-nos positivamente. Por exemplo, um amigo ou uma amiga que nos ensina a fazer um truque giro com a bola ou uma forma fácil de nos lembrarmos de todos os planetas do sistema solar. Mas também podem ter uma influência negativa na nossa vida. Por exemplo, um amigo ou uma amiga que nos tenta convencer a nunca passar a bola a um/a colega ou um amigo que nos convida para irmos com ele/ela roubar chocolates ao supermercado.

Às vezes cedemos à pressão dos/as amigos/as para fazer coisas erradas porque queremos que gostem de nós, porque temos medo de ser gozados/as ou medo de deixar de pertencer àquele grupo de amigos/as. Outras vezes, alinhamos porque temos curiosidade e queremos experimentar fazer o que as outras pessoas estão a fazer. A ideia de que “toda a gente faz” pode influenciar-nos a escolher a opção errada e a ignorar o que sabemos estar certo.

Vamos imaginar que o/a nosso/a melhor/a amigo/a nos propõe faltar à aula de Português: “Anda daí, vamos todos faltar! É só desta vez!”. O que é que fazemos? O que sabemos que está certo – ir à aula – ou cedemos à pressão e vamos com os/as nossos/as amigos/as?

Como podemos tomar a melhor decisão?

É difícil ser o/a único/a a dizer “não” à pressão dos amigos e das amigas, mas é possível e somos capazes de o dizer. Ter atenção aos nossos pensamentos e sentimentos acerca do que está certo e errado pode ajudar-nos a fazer a coisa certa. Termos confiança em nós próprios/as pode ajudar-nos a resistir a fazer alguma coisa que sabemos não estar bem.

Ajuda muito se tivermos, pelo menos, mais um/a amigo/a que também queira dizer “não”. Pelo menos, já são dois ou duas a fazer “pressão” para a coisa certa e torna mais fácil resistir a fazer asneira.

Já todos ouvimos as nossas Mães e os nossos Pais dizer “escolhe bem os teus/tuas amigos/as” ou “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és” e a pressão dos/as amigos/as é a grande razão para dizerem isto. Quando escolhemos amigos e amigas que não usam drogas, que não fumam, que não faltam às aulas ou que não mentem às Mães e aos Pais, a probabilidade de nós fazermos essas coisas diminui. Às vezes, juntamo-nos a determinados/as colegas porque queremos parecer “fixes”, mas muitas vezes esses/as colegas não se preocupam realmente connosco. Amigos e amigas verdadeiros/as não nos vão pressionar a fazer coisas que são perigosas ou que nos deixam desconfortáveis e estão sempre receptivos/as a ouvir a nossa opinião e a aceitar a nossa decisão.

Mas mesmo estando sozinhos/as conseguimos resistir à pressão dos/as amigos/as. Podemos fazer algumas coisas:

  • Simplesmente dizer “não, não quero/não faço” e ir embora. Pode não ser fácil, mas é a melhor resposta. Dizer “não” e mantermo-nos firmes. Ajuda também a diminuir a probabilidade de voltarmos a ser pressionados/as no futuro.
  • Mudar de assunto. Às vezes, quando somos confrontados/as com alguma coisa que não queremos fazer podemos tentar mudar de assunto. Esta estratégia às vezes resolve o problema ou dá-nos tempo para encontrarmos uma forma melhor de responder.
  • Arranjar uma desculpa e ir embora. Outra opção é irmos embora e inventar uma desculpa que justifique termos de ir embora rapidamente.
  • Confiar em nós próprios/as. Quando nos sentimos confiantes é mais fácil dizer “não”, por outro lado, quando dizemos “não”, sentimo-nos mais confiantes e orgulhosos/as de nós mesmos. Devemos praticar dizer “não” e tomar as nossas decisões em várias situações da nossa vida. Para aumentar a certeza das nossas escolhas, também podemos procurar informação que as confirmem. Por exemplo, se não queremos fumar porque sabemos que fumar tem muitos riscos para a nossa saúde, podemos fazer uma pesquisa na net sobre os riscos associados ao tabaco.

Quando sentimos dificuldade em lidar com a pressão dos/as amigos/as, podemos sempre pedir ajuda a uma pessoa adulta – as Mães, os Pais, um Professor ou Professora ou o/a Psicólogo/a da escola – eles/elas podem ajudar-nos a arranjar forma de resistir à pressão. Se, porventura, estivermos numa situação em que nos sentimos ameaçados/as, alguém nos está a magoar ou a mandar fazer alguma coisa que realmente não queremos fazer e que nos deixa muito desconfortáveis, devemos contar imediatamente a uma pessoa adulta. É horrível estarmos a sentir-nos mal numa situação má e não temos de lidar com isso sozinhos/as!

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A Ordem dos Psicólogos tem mais informação em escolasaudavelmente.pt

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Ficha Técnica

  • Título: Pressão dos Amigos e das Amigas
  • Área Pedagógica: Psicologia
  • Tipologia: Rubrica
  • Autoria: Ordem dos Psicólogos
  • Ano: 2022
  • Imagem: fotografia de Alycia Fung, Pexels.
  • *Nota: constituindo a linguagem uma ferramenta para combater as desigualdades sociais, contribuindo para a eliminação de estereótipos e formas de discriminação, a OPP advoga a utilização de uma linguagem inclusiva, enquanto instrumento transformador de atitudes e comportamentos, de promoção do bem-estar, da Saúde Psicológica e da coesão, igualdade e justiça sociais.