O Romance

Era uma vez o romance que nasceu da promessa do seu escritor. José Saramago visitou Mafra e anunciou que iria meter o Convento dentro de um livro. Não para contar a velha história dos vencedores, mas para fazer justiça aos vencidos, aos pobres e oprimidos. A construção foi morosa, assente em investigações sobre eventos passados que, depois, reinventou com o poder da imaginação e de uma escrita de frases corridas, sem pontuação, quase poética, quase barroca.

Tal como o Convento de D. João V, a obra de Saramago cresceu monumental e a Mafra tem voltado como uma espécie de guia que aproxima visitantes do imenso espetáculo de mármore e pedra que exigiu a força de milhares de operários para ser erguido. Os leitores sabem que nas páginas de Memorial do Convento vão encontrar outra leitura da História, com um rei caprichoso, um amor que começa num auto de fé, sonatas que têm o poder de curar e uma máquina de voar que voa. O enredo confirmou Saramago como grande escritor em 1982 e abriu-lhe caminho ao Nobel da Literatura, reconhecimento internacional que chegou dezasseis anos depois. Entremos na ação que decorre entre 1711 e 1739.

“Memorial do Convento”, de José Saramago

“Memorial do Convento”, de José Saramago

A crítica de José Saramago ao reinado de D. João V

A crítica de José Saramago ao reinado de D. João V

“Memorial do Convento, a leitura de Miguel Real

“Memorial do Convento, a leitura de Miguel Real

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