Climas Mundiais
Existem várias classificações climáticas que dividem o nosso planeta em grandes zonas climáticas, tendo por base elementos (temperatura, precipitação, evapotranspiração, entre outros) que permitem caracterizar um clima, os chamados elementos climáticos. Contudo, tem sido consensual, no ensino da Geografia do 3.º ciclo, a utilização da distribuição das principais zonas climáticas, baseada na interação de dois dos elementos climáticos referidos: a temperatura atmosférica e a precipitação.
As grandes zonas climáticas (Fig.1) têm a sua origem, fundamentalmente, na posição latitudinal, a qual se relaciona, por sua vez, com as características do movimento de translação da Terra. A nível global, as grandes zonas climáticas são muito importantes porque, correspondendo a uma distribuição energética latitudinal, influenciam os grandes padrões de distribuição das plantas (com grande importância para as plantas comestíveis) e dos animais no mundo.
Os lugares com latitudes mais baixas, ou seja, mais perto do Equador, com uma temperatura média do mês mais frio igual ou superior a 18º, têm um clima quente e uma ou duas estações ao longo do ano que se distinguem, fundamentalmente, pela variação da precipitação ao longo do ano e pela quantidade total registada.
Os lugares com a temperatura média do mês mais quente igual ou inferior a 10º C têm um clima frio, ou seja, são lugares com um longo inverno e um verão curto. Entre estas duas grandes zonas climáticas apresentam-se os lugares com clima temperado, cuja principal característica é a existência de quatro estações por ano que se distinguem pelas diferentes combinações entre a temperatura e precipitação, tendo em conta a variação intra-anual de ambos os elementos climáticos.
Na zona climática quente existem essencialmente, quatro climas: o Equatorial, com uma única estação no ano, pois a precipitação é constante; o Tropical Húmido, nos lugares onde a estação das chuvas tem uma duração igual ou superior a seis meses; o Tropical Seco, quando a estação das chuvas dura menos de seis meses; e o Desértico Quente, nos lugares onde o clima é quente, mas a precipitação anual é inferior a 250mm, ou seja, onde existe uma única estação seca.
Na zona correspondente ao clima frio há um longo inverno, muitas vezes, com temperaturas médias bastante negativas, e um curto verão, com temperaturas geralmente positivas, mas relativamente baixas. Nesta grande zona climática, poderão existir diversos subtipos de climas (Polar, Subpolar), diferenciados, sobretudo, pela precipitação, de acordo com as características dos lugares – latitude, altitude e continentalidade.
Na zona temperada, os lugares com menor continentalidade, mais próximos do mar e dos oceanos, têm um Clima Oceânico, em que a principal característica será a persistência de precipitação durante todo o ano, em especial, no inverno. Já os lugares com maior continentalidade, terão um Clima Continental com um inverno mais frio e seco, geralmente, com temperaturas muito negativas e um verão mais quente e chuvoso. Os lugares cuja latitude é mais próxima dos 30º, caracterizar-se-ão por um Clima Mediterrâneo com invernos mais amenos, embora chuvosos, e verões mais quentes que podem ser longos e secos nas fachadas ocidentais dos continentes, tais como a Califórnia, Portugal e Espanha, ou, pelo contrário, verões quentes e bastante chuvosos como nas fachadas orientais dos continentes, principalmente na região denominada de Ásia das Monções, sendo designado por alguns autores como Subtropical Húmido.
A altitude, as correntes marítimas e a continentalidade são exemplos de três fatores climáticos que introduzem alterações no padrão de distribuição zonal latitudinal das grandes zonas climáticas, nomeadamente dando lugar a áreas de clima desértico (frio ou quente) ou de clima frio nas altas montanhas – Clima de Montanha, ainda que localizadas em latitudes baixas ou médias.
A distribuição das grandes zonas climáticas, como já se disse, influencia a distribuição da flora e da fauna, dando também origem a grandes zonas biogeográficas, largamente dependentes dos valores anuais e da variação ao longo do ano das temperaturas e das precipitações, pois, naturalmente, as árvores precisam de maior quantidade de água do que um arbusto ou uma planta herbácea. Com efeito, a variação dos elementos climáticos é, sem dúvida, o fator mais importante para a diversidade da flora e fauna, influenciando a estrutura das várias cadeias alimentares.
SÍNTESE
- A distribuição das grandes zonas climáticas no nosso planeta tem um padrão latitudinal, isto é, do equador para os polos, segundo faixas paralelas ao Equador e delimitadas, na prática, pelos principais paralelos do globo.
- Os diferentes climas distinguem-se pela relação que existe, ao longo do ano, entre as temperaturas e as precipitações.
- Os climas quentes, mais próximos do Equador, contrastam claramente com os climas frios das altas latitudes e/ou das grandes cordilheiras montanhosas e estão separados dos segundos pelos climas da zona temperada.
- A distribuição das grandes zonas climáticas tem influência não só na distribuição da flora e da fauna, como também na distribuição de zonas agrícolas e na repartição de áreas mais ou menos povoadas.
Temas
Ficha Técnica
- Área Pedagógica: Meio Natural - Climas
- Tipologia: Explicador
- Autoria: Associação de Professores de Geografia
- Ano: 2021
- Imagem: Lago Baikal (Rússia), Sergey Pesterev / Unsplash