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Explicar texturas e composições mineralógicas de rochas magmáticas com base nas suas condições de génese.

Explicar texturas e composições mineralógicas de rochas magmáticas com base nas suas condições de génese.

As texturas das rochas magmáticas dependem da profundidade a que os magmas arrefeceram e cristalizaram. Podem apresentar dois tipos de textura e, de acordo com a origem mais ou menos profunda dos magmas, apresentam diferente composição mineralógica.

Rochas magmáticas são aquelas formadas pelo arrefecimento e cristalização dos magmas. Dependendo da profundidade, a velocidade de arrefecimento do magma será diferente, provocando a sua cristalização mais rápida ou mais lenta. Quando um magma cristaliza em profundidade, o seu arrefecimento é lento, permitindo as ligações entre os elementos químicos presentes no líquido magmático, levando ao desenvolvimento dos minerais que cristalizam a partir desse líquido magmático. No final, a rocha será constituída por minerais com dimensão visível em amostra de mão – textura granular ou fanerítica.  

Pelo contrário, se o magma atinge a superfície ou zonas próximas dela, o arrefecimento ocorrerá de forma rápida, provocando uma cristalização mais rápida dos minerais que, dessa forma, não alcançarão dimensões visíveis em amostra de mão, sendo visíveis apenas ao microscópio – textura agranular ou afanítica. Se o arrefecimento for suficientemente rápido não haverá, sequer, tempo para os elementos químicos se combinarem e, assim, formarem minerais com estrutura cristalina originando, nesse caso, materiais com textura amorfa (sem estrutura cristalina), como é o caso da obsidiana. 

A textura das rochas magmáticas é, assim, um dos critérios para a sua classificação. Por isso, para cada rocha plutónica/intrusiva existe uma rocha vulcânica/extrusiva equivalente, isto é, com a mesma composição química e mineralógica, mas com diferente textura (gabro/basalto, diorito/andesito, granito/riólito). 

Outro dos critérios para a classificação das rochas magmáticas corresponde à sua composição química, baseada na concentração de sílica (SiO2) presente.  

A sílica é particularmente abundante na crusta continental, diminuindo a sua concentração à medida que aumenta a profundidade na Terra. Inversamente, os elementos químicos ferro e magnésio, mais abundantes na crusta oceânica, aumentam a sua concentração à medida que aumenta a profundidade na Terra. Por isso, de acordo com o local de origem dos magmas, estes serão mais ricos ou mais pobres em sílica ou em ferro e magnésio. Um magma gerado mais superficialmente terá uma temperatura mais baixa e será mais rico em sílica e mais pobre em minerais ferromagnesianos, do que aquele magma gerado em profundidade, com temperatura mais elevada e mais pobre em sílica e mais rico em minerais ferromagnesianos.  

Conclui-se, então, que os minerais ferromagnesianos, como as olivinas e piroxenas, apresentam pontos de fusão superiores àqueles dos minerais mais ricos em sílica, como é o caso do quartzo e dos feldspatos. Este facto determina o tipo de minerais presentes na rocha magmática:  

  1. minerais ferromagnesianos (como as olivinas e piroxenas) apresentam maior ponto de fusão e são característicos das rochas básicas, como os gabros/basaltos, sendo originados a partir de magmas com origem mais profunda e, por isso, com maior temperatura. Nestas rochas predomina, também, a plagióclase rica em cálcio (anortite), com ponto de fusão mais elevado do que a plagióclase sódica (albite);
  2. minerais mais ricos em sílica (como o quartzo e os feldspatos) apresentam menor ponto de fusão e são característicos de rochas ácidas, como os granitos/riólitos, sendo originados a partir de magmas com origem mais superficial e, por isso, de menor temperatura. Nestas rochas predomina a plagióclase sódica (albite), com ponto de fusão mais baixo do que a plagióclase cálcica (anortite).
Explicar deformações com base na mobilidade da litosfera e no comportamento dos materiais. 
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Em resumo:

  • as rochas magmáticas podem apresentar textura fanerítica/granular, onde os seus minerais são visíveis em amostra de mão, ou textura afanítica/agranular, quando os seus minerais não são visíveis em amostra de mão, mas apenas ao microscópio;
  • as texturas das rochas magmáticas dependem da profundidade a que os magmas arrefeceram e cristalizaram: se mais lentamente em profundidade, originando rochas com textura fanerítica/granular; se mais rapidamente, à superfície ou perto dela, originando rochas com textura afanítica/agranular;
  • de acordo com a origem mais ou menos profunda dos magmas, a composição mineralógica da rocha será diferente, pois a composição química da Terra varia com a profundidade: a rocha será mais rica em minerais ferromagnesianos e plagióclase cálcica se os magmas têm uma origem mais profunda; será mais rica em minerais como o quartzo, os feldspatos e a plagióclase sódica se os magmas têm uma origem mais superficial.

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Ficha Técnica

  • Título: Explicar texturas e composições mineralógicas de rochas magmáticas com base nas suas condições de génese.
  • Área Pedagógica: Geologia
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Adão Mendes - Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG)
  • Ano: 2020
  • Imagem: fotografia de, Monstera, Pexels.