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Localização

Localização

A uma cidadania participativa e territorial está subjacente o princípio de que para planear e intervir num território a fim de dar resposta às necessidades e resolver os problemas da sua população, há que conhecer bem esse território e todos os intervenientes que nele atuam. Por outro lado, a individualidade humana constrói-se a partir do sentimento de pertença a um território e é essa matriz que transporta nas várias relações que estabelece no seu dia a dia. Logo, é intrínseco à Geografia a localização e distribuição geográfica dos fenómenos, sendo a pergunta chave “Onde?” a base de qualquer estudo geográfico.

Para estudar uma paisagem, há que proceder à descrição dos elementos observados “O que existe e como é?”, mas, igualmente, interpretar as inter-relações verificadas “Porque é assim?”, atendendo às características específicas do lugar observado “Porque é assim neste lugar?”. Efetivamente, e apesar de atualmente o espaço virtual assumir cada vez maior preponderância nas dinâmicas sociais e económicas, estas dinâmicas concretizam-se num espaço físico real e delimitado geograficamente e daí a importância da questão chave “Onde?”.

A localização relativa pressupõe a existência de dois lugares: aquele que se quer localizar (lugar de chegada) e o que é tomado como lugar de referência (lugar de partida). Pressupondo uma viagem entre os dois lugares, será identificado o rumo da rosa-dos-ventos que estiver voltado para o lugar de chegada.

Fig.1 – Localização relativa, utilizando a rosa dos ventos. FREEPIK

De acordo com a Fig.1, a deslocação do condutor entre o continente africano e a América do Sul efetua-se segundo a direção de sudoeste, o que significa que a América do Sul localiza-se a sudoeste de África e África a nordeste da América do Sul.

Este procedimento é válido se a orientação for feita com base no sol, sendo que, no hemisfério norte, o nascer do sol indica o ponto cardeal este, o pôr-do-sol indica o oeste e o meio-dia indica o sul. Durante a noite, a Estrela Polar é indicativa do rumo norte e a estrela Cruzeiro do Sul indicativa do rumo sul. Segundo a Fig.2, a altura do Sol indica o meio-dia solar, logo, a frente do farol indica o sul e a sua sombra o ponto cardeal norte.

Fig.2 – Farol de Kapp Ekholm em Billefjorden, Spitzbergen (Noruega). FREEPIK

A rede cartográfica é uma rede de paralelos e meridianos – linhas imaginárias que se cruzam e sobrepõem no globo segundo uma malha ortogonal.

O Equador é um círculo imaginário máximo, que divide a Terra em duas partes iguais – os hemisférios norte e sul – e todos os paralelos são assim chamados por se posicionarem de forma paralela em relação a esta linha. Ao contrário deste, todos os paralelos são círculos menores, pois o seu diâmetro é mais pequeno do que aquele que pode ser definido no máximo (Equador).

Relativamente aos meridianos, todos eles são círculos máximos, na medida em que todos têm o maior diâmetro que pode ser formado por um círculo que passe em ambos os polos de traçado norte-sul. Convencionou-se que o meridiano de referência é o Meridiano de Greenwich, ou seja, o que passa pelo Observatório de Greenwich, em Londres, dividindo o globo nos hemisférios ocidental e oriental.

Cada paralelo é identificado por um valor em graus que representa a distância angular desde o Equador até esse paralelo, pelo que, no máximo, essa distância pode ser de 90 graus para norte ou 90 graus para sul. No caso dos meridianos, o valor em graus de cada meridiano corresponde à distância angular entre esse meridiano e o meridiano de referência. No máximo, esta distância pode ser 180 graus para este ou 180 graus para oeste.

Assim, considera-se que a longitude de um lugar (Fig.3) é a distância angular entre o semimeridiano de Greenwich e o meridiano que passa no lugar o que coincide com o valor em graus atribuído ao meridiano, seguido da letra identificativa do hemisfério – “E” de este ou “O” de oeste.

A latitude de um lugar (Fig.3), a distância angular entre o equador e o paralelo que passa nesse lugar, sendo essa distância angular coincidente com o valor do próprio paralelo. A seguir à distância angular, coloca-se a letra representativa do hemisfério em que está localizado o lugar – “N” de norte ou “S” de sul.

Fig.3 – Coordenadas Geográficas: Latitude e Longitude. DREAMSTIME

Atualmente, localizar um lugar pode ser feito através de um clique, com base nas tecnologias de informação geográfica e recorrendo aos vários dispositivos e aplicações digitais disponíveis no mercado (Fig.4).

Fig.4 – GPS – dispositivo de acesso à localização de lugares. PIXABAY

Tais ferramentas permitem, de forma instantânea, localizar, calcular distâncias, definir itinerários em função do tempo e/ou custo, ou mesmo, simular a presença física no local, observando a paisagem circundante (Fig. 5A e 5B). Esta diversidade de funções pode ser acessível em qualquer lugar, refletindo-se diretamente na aceleração dos fluxos de pessoas e mercadorias, a nível mundial.

Portugal ocupa o extremo sudoeste da Europa, sendo banhado pelo Oceano Atlântico que o delimita de dois outros continentes: África e América. Enquanto unidade geográfica, Portugal é constituído por uma parte continental e por uma parte insular – os Açores e a Madeira.

Os Açores são constituídos por nove ilhas distribuídas em três grupos: o grupo ocidental (Flores e Corvo); o grupo central (Terceira, Pico, Faial, Graciosa e São Jorge) e o grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) e, ainda, pelo ilhéu das Formigas. Do arquipélago da Madeira fazem parte as ilhas da Madeira e Porto Santo para além dos ilhéus das Desertas e Selvagens.

Portugal Continental localiza-se no hemisfério norte, aproximadamente, entre os 37 graus N e os 42 graus N de latitude e entre os 6 graus O e os 10 graus O de longitude. O arquipélago dos Açores está situado entre os paralelos 37 graus N e os 40 graus N e entre os meridianos 25 graus O e 31 graus O; já o arquipélago da Madeira está delimitado pelos paralelos 30 graus N e 33 graus N e pelos meridianos 16 graus O e 17 graus O (Fig.6).

Fig.6 – Localização absoluta de Portugal continental e insular. GOOGLE EARTH

Paisagem
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Representação da superfície terrestre
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Representação da superfície terrestre

SÍNTESE

  • Desde sempre que faz parte da condição humana localizar os objetos, lugares, e, naturalmente, a si próprio. A localização permite explicar os fenómenos que ocorrem na superfície terrestre, tendo em conta as especificidades do lugar/área.
  • Uma localização relativa pressupõe a posição de um lugar/objeto em relação a uma outra realidade (lugar, sol, estrela polar, etc) utilizando os rumos da rosa dos ventos.
  • A localização absoluta é feita com base num sistema de coordenadas geográficas – a latitude e longitude – a partir das quais é possível situar com exatidão um lugar na superfície terrestre.
  • O território português, constituído pela parte continental e insular (arquipélagos dos Açores e Madeira), é banhado pelo Oceano Atlântico e localiza-se no extremo sudoeste da Europa, entre os 370N e os 420N de latitude e entre os 60O e os 250O de longitude.
  • Hoje em dia, é bastante fácil localizar um lugar, utilizando todos os dispositivos móveis que temos ao nosso alcance. Basta aceder com um clique, e rapidamente teremos acesso à latitude e longitude de um lugar, altitude, itinerários com o tempo e custos associados, fotografias, entre outros.

Temas

Ficha Técnica

  • Área Pedagógica: Terra - Espaços Geográficos e Suas Representações
  • Tipologia: Explicador
  • Autoria: Associação de Professores de Geografia
  • Ano: 2021
  • Imagem: GPS, StockSnap / Pixabay