Recursos expressivos a nível fónico
Além do seu uso informativo, a língua apresenta outros registos – mais estilísticos, expressivos –, especialmente quando o objetivo comunicativo é provocar algum tipo de emoção no leitor. Isso acontece quer em textos literários, quer em textos que têm o objetivo de influenciar, como por exemplo na publicidade e no marketing. Vamos então conhecer os principais recursos expressivos a nível fónico, ou seja, a nível do som.
ALITERAÇÃO
É um processo que consiste na repetição intencional de consoantes com o objetivo de aumentar a expressividade da frase. Observa o seguinte exemplo:
A brisa do Brasil beija a balança. (Castro Alves, em Navio Negreiro)
ASSONÂNCIA
É um processo que consiste na repetição intencional de vogais com o objetivo de aumentar a expressividade da frase. Observa o seguinte exemplo:
Sou um mulato nato
No sentido lato
Mulato democrático
do litoral.
(Caetano Veloso, em Sugar Cane Fields Forever)
RIMA
É um processo que consiste na correspondência de sons em lugares determinados dos versos. Corresponde, efetivamente, a uma junção dos dois processos anteriores: aliteração e assonância. Observa o seguinte exemplo:
As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda
Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada
(Fernando Pessoa, em As Horas pela Alameda)
ONOMATOPEIA
É um processo que consiste na criação de palavras que imitam sons do mundo real: sons da natureza, dos animais, de objetos, de instrumentos musicais, etc. Observa alguns exemplos:
triiiim: o som do telefone ou do despertador
truz-truz: o som de bater à porta
tic-tac: som do relógio
quá quá quá: o som do pato
cocorococó: o som do galo
ão-ão: o som do cão
atchim: o som do espirro