Relevo
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Localizar um lugar implica conhecer a latitude e longitude, mas igualmente a respetiva altitude medida desde o nível médio da água do mar até ao próprio local. Esta coordenada é fundamental para explicar as características bioclimáticas do território, bem como o tipo de povoamento e implantação das atividades humanas. Os instrumentos e ferramentas digitais que dão a conhecer a variação de altitude com a distância e, por conseguinte, a topografia e as formas de relevo presentes num local são atualmente muito importantes ao nível das estratégias e planos de ordenamento do território que permitem criar as melhores soluções para os cidadãos que usufruem desses territórios.
A altitude mede-se em metros, na vertical, a partir do nível médio das águas do mar até ao lugar em que nos encontramos (Fig.1), e pode ser positiva, negativa ou nula, consoante o lugar se localize acima, abaixo ou ao nível da água do mar, respetivamente.
- Fig. 1A – Diferença entre altitude e altura. APROFGEO
- Fig.1B – Altitude positiva, negativa, nula. APROFGEO
Os Países Baixos são vulgarmente apontados para exemplificar valores negativos de altitude, uma vez que, grande parte das suas terras – os pólders – foram conquistadas ao mar, através da construção de diques que, impedindo o avanço da água do mar e consequente alagamento contínuo, permitem dessa forma, a ocupação humana.
A altitude pode aparecer registada em diferentes formas de representação da superfície terrestre, sendo a mais comum os mapas hipsométricos em que o relevo está representado por cores através de manchas/secções delimitadas pelas principais curvas de nível – as curvas de nível mestras (Fig.2).
Hoje em dia, recorrendo às tecnologias de informação e comunicação, é possível digitalizar os mapas em suporte físico e, com base no processo de georreferenciação dos dados, associá-los ao território mediante a utilização dos mais diversos sistemas de informação geográfica e respetivas ferramentas acopladas disponíveis online.
Por via destas, as hipóteses de consulta e cruzamento da informação desmultiplicam-se, sendo possível conhecer instantaneamente, através de um clique, a altitude, os cursos de água, as povoações, as vias de comunicação, entre outras informações, de um lugar qualquer e à escala escolhidos pelo utilizador.
Para além dos mapas hipsométricos, os mapas topográficos também apresentam a altitude através da representação de curvas de nível (isolinhas de altitude) e de pontos cotados com o respetivo valor (Fig.3).
Embora a leitura não seja imediata a partir dos mapas topográficos, é possível delinear as formas de relevo associadas à informação representada, mediante a construção de perfis topográficos – representações gráficas obtidas a partir do levantamento de pontos num mapa segundo um corte na vertical (Fig.4).
Atualmente, e utilizando as tecnologias de informação geográfica ao nosso dispor, é possível, recorrendo a aplicações como o Google Earth, utilizar ferramentas específicas que permitem construir perfis topográficos, de forma rápida, de acordo com um traçado linear pré-definido (Fig.5).
A variação da altitude em função da distância permite, assim, definir um conjunto diverso de formas de relevo, cujas características são geralmente a marca dominante de uma paisagem. Neste domínio, há a destacar a montanha (Fig.6), em Portugal vulgarmente designada por serra – forma de relevo elevada, normalmente escarpada e com grandes declives – e a cordilheira com características muito semelhantes, mas cuja extensão e sucessão de picos é bem mais proeminente.
Com altitudes mais baixas, a colina apresenta um topo mais arredondado (Fig.7), ao passo que o planalto com altitude mais elevada, é caracterizado por um topo de forma mais plana a partir do qual sobressaem vales salientes cuja profundidade recorta a paisagem (Fig.8).
Os vales encontram-se ladeados por encostas e correspondem a áreas mais ou menos extensas, consoante se apresentem mais largos ou mais encaixados. De acordo com a origem fluvial ou glaciar, o perfil transversal do vale pode ter a forma de V ou U, respetivamente (Fig.9, 10)
A planície, superfície aplanada com uma altitude geralmente inferior a 200m, é frequentemente resultado da deposição de sedimentos trazidos pelos rios (aluviões), pelo que a sua designação comum de planície aluvionar decorre da génese da maior parte das superfícies planas existentes. (Fig.11).
SÍNTESE
- A altitude é a distância medida na vertical (em metros) desde o nível médio da água do mar até ao lugar.
- A altitude aparece representada em diversas formas de representação terrestre, entre elas, os mapas hipsométricos e os mapas topográficos. Os primeiros representam a altitude através de cores; os segundos apresentam curvas de nível – isolinhas de altitude.
- Os perfis topográficos são gráficos que permitem conhecer a topografia do terreno e identificar as formas de relevo (montanha, planalto, vale, planície) a partir da relação entre a distância percorrida e a respetiva altitude registada.
- Os sistemas de informação geográfica são fundamentais nas estratégias de planeamento e ordenamento do território, pois, mediante a georreferenciação dos dados, é possível sobrepor e associar todas as formas de representação terrestre em formato digital ao respetivo território e prever cenários e/ou delimitar áreas que careçam de intervenção urbanística.
Temas
Ficha Técnica
- Título:
- Área Pedagógica: Meio Natural - Relevo
- Tipologia: Explicador
- Autoria: Associação de Professores de Geografia
- Ano: 2021
- Imagem: Paisagem vulcânica (Indonésia), Julia Volk / Pexels