Caranguejo-azul, o novo invasor do Guadiana
Não pertencem ao Guadiana mas estão a tomar conta das águas deste rio. O caranguejo-azul e a corvina-americana são exemplos de espécies exóticas invasoras, apanhadas nas redes dos pescadores do sotavento algarvio. O que as faz ficar? O aumento constante da temperatura e da salinidade da água, provocado pelas alterações climáticas e construção de barragens. O perigo para o ecossistema do estuário existe: é preciso monitorizar alterações e perceber quem são os novos habitantes.
A fauna do rio Guadiana está a mudar. Nos últimos anos mais de uma dezena de espécies invasoras instalaram-se no novo habitat; são já tantas como as espécies nativas daquele que é conhecido como o grande rio do sul.
O caranguejo-azul foi o último a chegar, provavelmente navegou ainda como larva nas águas de lastro de um navio que cruzou o atlântico e passou o mediterrâneo. Os pescadores nunca tinham visto um caranguejo tão forte e avisaram de imediato os investigadores do Centro de Ciências do Mar, que desde finais dos anos noventa, altura em que a barragem do Alqueva começou a ser construída, avaliam a evolução das condições do Guadiana.
Todos os meses equipas medem a temperatura e recolhem amostras das águas, depois analisadas em laboratório. E o que têm verificado é a existência de condições favoráveis para as larvas de peixes e crustáceos se desenvolverem e transformarem em adultos, frisa Alexandra Teodósio, bióloga da Universidade do Algarve e responsável pela monitorização, à reportagem da RTP.
Espécies exóticas invasoras que conseguem reproduzir-se e que podem desequilibrar o ecossistema do Guadiana se entrarem em competição com espécies autóctones pelo espaço e pelo alimento ou, na fase adulta, destruírem peixes mais pequenos. E não é possível erradicá-las.
Ficha Técnica
- Título: Telejornal - "Caranguejo Azul"
- Tipologia: Reportagem Telejornal
- Autoria: Helena Figueiras
- Produção: RTP
- Ano: 2017